Você tem noção do que está fazendo com a gente? De como sua escrita deixa marcas invisíveis, como arranhões de quem quer mais e não pode ter? Eu fico me perguntando se você sente, do outro lado da tela, essa fome coletiva que você mesma provocou, essa inquietação que cresce a cada dia em que um novo capítulo não aparece. A forma como você constrói as cenas, com palavras escolhidas como lâminas e carícias ao mesmo tempo, me faz questionar se você escreve com as mãos ou com os próprios instintos, porque tudo pulsa, tudo arde, tudo dilacera e envolve. Não é só uma história, é quase uma experiência sensorial, uma provocação lenta que me faz ler e reler tentando encontrar pistas, tentando sufocar essa ansiedade deliciosa que você plantou em cada leitor. E o pior, ou melhor, é que você sabe o poder que tem, sabe a precisão cirúrgica com que dosa desejo e frustração, com que interrompe exatamente onde a gente começa a perder o ar. Então por favor, não prolonga essa ausência, não deixe esse silêncio virar um desespero definitivo. Sua história é um vício, e eu tô aqui, entre o delírio e a rendição, esperando que você venha aliviar essa abstinência. Atualize "Sob os olhos de Ascher".