Hoje é o dia em que toda a minha expectativa por, finalmente, completar dezoito anos acabou e, ao contrário do que imaginava, me sinto, sobretudo, normal. Nos últimos dois anos, normal virou estar acompanhada de uma costumeira ansiedade pairando em meu coração e ter a preocupação aumentar às sextas-feiras, pois a falsa calmaria vai embora no início da noite e logo se transforma em conflito ao chegar mais horas, quando os pensamentos ficam embriagados de álcool o bastante para derramar palavras carregadas de dores e machucar os sentimentos alheios.
O momento que eu quero tanto evitar é iminente e se impõe a minha vontade, destruindo as forças que resguardam o meu fraco eu, o oprimindo.
Uma parte bonita de mim se desgarra, caindo ao chão desfalecido, sendo eu a única a lamentar, porém, eu enterro as minhas lágrimas na cova de tristeza cavada profundamente em minha alma.
Ignorando isso, tento, talvez em vão, vacilando, desesperadamente, me prender a pequenas esperanças para resistir a essa longa e sofrível jornada, pois ainda quero chegar a um lugar de paz todo e só meu.