Gostaria de dizer que não levo jeito para falar sobre mim mesmo, mas isso todo mundo faz, já virou clichê. Portanto, para ser sincero, sou um clichê ambulante. Quero ser estranho e diferentão. Desejo ser barroco até demais (um pouco escandaloso, talvez, e muito exagerado). Falando nisso, de que vale andar na surdina? Eu quero ser um plot twist e não um final morno de romance adolescente. Quero falar tudo que penso e não ter medo de censura alguma. A moda agora é ser maldito, mal-dito, malvado, fingido se precisar. O bom é viver uma mentira, é fingir que não se afeta, que não chora, que não sofre, e para isso, escrever é uma porta aberta, escancarada até. Quero cair de um romance em cima dum lobisomem, mergulhar num lago rodeado de ninfas e de repente notar que de tão verdes elas, na verdade, são alienígenas. Seja científica, romântica, de horror ou de suspense ou de aventura. No final do dia, o que importa é ser ficção. Espera aí, o que é mesmo ficção?
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