Sou de família humilde e não tive muitos recursos na infância. Quando queria me divertir, subia na árvore no quintal e imaginava que estava numa nave espacial. Cabos de vassoura viraram espadas, o meu cachorro um monstro intergaláctico e cada pedaço de sucata, pneu velho, baldes quebrados entravam no meu playground.

Um dia um vendedor de livros apareceu na minha casa. Ele mostrou vários livros de culinária e plantas medicinais para a minha mãe. 

Por último, ele mostrou um livro infantil. A história de um principe que lutava com um dragão para salvar a sua prometida. Pelo menos, era isso que a ilustração da capa do livro mostrava. 

Fiquei encantado. Poxa, quero ter esse livro. 

De tanto eu puxar a saia da minha mãe, ela comprou esse livro para mim. Junto com o livro que falava de plantas medicinais para ela.

Fui para o meu quarto e li as páginas. Li com calma e ficava um bom tempo em cada página, olhando as imagens e me imaginando dentro daquele mundo na minha frente. 

A história estava emocionante. O príncipe estava indo contra o dragão. O braço dele estava ensanguentado, mas ele não desistiu. Ele não podia perder o amor da sua vida. 

Quando virei a página a história me pegou de surpresa. Engoli o choro na garganta quando vi uma página toda azul com apenas uma palavra escrita nela: Continua...

Corri para a minha mãe chorando. Ela me prometeu comprar a continuação do livro quando o vendedor voltasse pela vizinhança.

Passaram-se meses e o vendedor não retornou. 

Foi quando desisti de esperar o vendedor e escrevi o resto da história. Mais uma vez a minha imaginação salvou a minha infância. 

Deposi disso, nunca parei de usar a  imaginação. Hoje, trabalho como redator publicitário e uso a minha criatividade para viver. 

E para me divertir, é claro.

Gostaria que você lesse minhas histórias. 

Leia, critique, ria, chore, fique intrigado, odeie. 

Será um prazer ter você como um convidado no meu mundo de imaginação. 

Seja bem-vindo.