Eu não a conheci em uma manhã de sol, em uma tarde de inverno ou no amanhecer da primavera, mas sim em uma noite chuvosa de outono. Ela não desfilou ao meu encontro, não abriu um largo sorriso e bem menos se esbarrou comigo, como geralmente acontece nos filmes. Mas sendo bem justo, eu também não estava sorrindo, e cruzei os meus braços em sinal de impaciência, quando vi aquela desconhecida levar o meu filho adolescente rebelde para a minha casa. Não nos conhecemos na infância, não nos apaixonamos na juventude ou vivemos um intenso amor proibido. Quando eu vi Amanda pela primeira vez, já tínhamos vivido uma dolorosa vida real. Sem nenhuma magia, nada especial, nenhum conto de fadas. Eu já era pai, tinha dois filhos, uma carreira, e sem nenhuma luz de felicidade. Ela já era mãe, tinha dois filhos, e irradiava luz de alegria, mesmo passando por tantas adversidades. Foi naquela noite de outono, escura e com uma chuva intensa, que eu deixei a luz entrar na minha casa, e na minha vida.
- Diego.