anyway

os textos que eu reescrevi há algum tempo estão atualizados e eu espero encontrar um pouco de inspiração para voltar a fazer algo que um dia me fez sentir tão bem

o exercício para esse final de ano é tentar amadurecer algumas ideias antigas e reencontrar o sentimento de criar algo só por criar

sdds wattpad

sempre fui fase,
          nunca poesia.

Talvez seja só um bloqueio e tudo bem, mas acho que não, acho que perdi isso também. Não é o fim mas no fim dessa coisa se foram as pessoas, os momentos, os sentimentos e as palavras. 

vivo na espera,
          entre a esperança 
          e a desistência. 
          resido no medo, na raiva e na dor.
          às vezes, na mania.
          às vezes, no rancor.
          como uma alma hibernando,
          sem qualquer chance de despertar.
          é nos sonhos onde existe o que há de bom
          e é na ilusão da vida em que finjo acreditar.
          

se um dia eu escrevi algo decente, já não me lembro mais

o medo te devora, 
          te prende e apavora.
          te deixa imerso na imensidão da incerteza,
          faz com que goste mais da sensação de se afogar, 
          aquela que não permite que se mova,
          do que quando segue o fluxo da correnteza. 
          
          o medo é denso e aconchegante,
          traz o prazer do delírio
          enquanto mata, a ferro quente,
          o delirante. 
          
          cuspa fora a esperança
          e a embriaguez logo passará,
          ou seja fraco e sonhe alto,
          como uma pessoa de boa fé, 
          seja qual for o seu estado,
          o bom homem está fadado
          a sobriedade da ralé. 
          
          

Escrevo na carne e sinto no âmago 
          tudo o que gostaria de esconder,
          minhas dores, meus amores,
          meus lampejos de vida,
          quando acho que vale a pena viver.
          
          E, no fundo, um sussuro,
          que assume que não vale,
          "a vida é uma mentira,
          eis aqui toda a verdade".
          
          Rasgam-se as cartas, 
          os poemas e as emoções, 
          quase tudo que prende o eu-lírico 
          ao lírico canto da nação,
          até que se perde a essência, 
          aquele que narrava o início 
          se perdeu no meio
          e morreu no fim dessa canção. 
          
          

como indivíduo me sinto descarregada