— Espero que eles fiquem bem longe da igreja — murmuro, como uma súplica sussurrada para algum Deus que se incomode em ouvir. Mas é claro que o único ser sobrenatural que escuta a minha prece é o demônio ao meu lado.
— É um desejo seu, não meu — ele cantarola em um tom distraído, olhando de um lado para o outro, ainda com um olhar duro e obstinado estampado no rosto.
O encaro de esguelha, surpresa por ele ter quebrado o voto de silêncio no qual se enfiou. Por ao mesmo estar me escutando, já que parece estar tão distante. Damon levantou a guarda novamente, bem longe de ser aquele homem com quem conversei na biblioteca. O homem que estava com raiva, irritado e desconfiado, sim, mas que também demonstrava exaustão, mágoa e desolação. Ainda consigo sentir o fantasma de seus dedos formigando em meu rosto, o único resquício de que aquilo realmente aconteceu e não foi apenas invenção da minha cabeça.
Damon está atento, em busca de qualquer sinal de perigo. Se vindo de Anna ou de alguma possível emboscada do nosso lado, eu não sei. Damon decidiu confiar em mim, mas não está fazendo isso cegamente. A relutância emanando dele é tão grande que é quase palpável e eu não posso realmente culpá-lo por se sentir assim, já que também estou desconfiada se ele realmente cumprirá sua parte do acordo de pegar a Katherine e ir embora. Ele parecia sincero e eu sempre costumo saber quando ele mente, mas Damon é um manipulador de primeira e os riscos são muito altos.
Estamos quase terminando de cruzar a festa, quando somos interceptados por Matt e Caroline. Apesar da terrível situação, não consigo resistir em abrir um leve sorrisinho ao ver a mão dos dois entrelaçadas.
— Oi, Bonnie! — Matt cumprimenta alegremente, já um pouco chapado da bebida.
— Bonnie! — Caroline também exclama, porém, em um tom indignado — Ai meu Deus, por onde você andou? Eu procurei você e a Elena o dia todo.