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Apesar de estar fingindo se sentir ultrajada por ter sido ignorada o dia inteiro, eu consigo sentir o que não está sendo dito. A preocupação e a mensagem codificada de você precisa de ajuda? Não duvido que Caroline tenha arrastado o Matt até aqui assim que viu com quem eu estou acompanhada.
          
          E é o meu acompanhante inconveniente quem responde a pergunta dela antes que eu tenha a chance.
          
          — É uma longa história, não dá tempo de contar — Damon diz impaciente.
          
          — Eu não tava falando com você — Caroline rebate.
          
          — É claro que tava — ele provoca com um sorriso convencido.
          
          Caroline revira os olhos e Matt, talvez não percebendo o clima horrível por já estar meio entorpecido da bebida, apenas ergue a mão na direção de Damon a fim de comprimentá-lo.
          
          — A gente ainda não se conheceu. Eu sou o Matt.
          
          —  Matt, há um motivo para a gente não ter se conhecido — Damon responde seco, ignorando a mão estendida do garoto e virando-se para mim — Eu e você vamos para aquele lado.
          
          Ele pega o meu braço e me arrasta para longe, mas eu ainda consigo apertar o braço da Caroline três vezes e avisar que:
          
          — Eu estou bem! — exclamo por cima do ombro — Desculpa pela cena. É que o cachorro aqui ainda não foi adestrado!
          
          Damon grunhe como o verdadeiro cão que é e dá um aperto mais firme no meu braço, forçando-me a andar mais rápido.

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— Espero que eles fiquem bem longe da igreja — murmuro, como uma súplica sussurrada para algum Deus que se incomode em ouvir. Mas é claro que o único ser sobrenatural que escuta a minha prece é o demônio ao meu lado.
          
          — É um desejo seu, não meu — ele cantarola em um tom distraído, olhando de um lado para o outro, ainda com um olhar duro e obstinado estampado no rosto.
          
          O encaro de esguelha, surpresa por ele ter quebrado o voto de silêncio no qual se enfiou. Por ao mesmo estar me escutando, já que parece estar tão distante. Damon levantou a guarda novamente, bem longe de ser aquele homem com quem conversei na biblioteca. O homem que estava com raiva, irritado e desconfiado, sim, mas que também demonstrava exaustão, mágoa e desolação. Ainda consigo sentir o fantasma de seus dedos formigando em meu rosto, o único resquício de que aquilo realmente aconteceu e não foi apenas invenção da minha cabeça.
          
          Damon está atento, em busca de qualquer sinal de perigo. Se vindo de Anna ou de alguma possível emboscada do nosso lado, eu não sei. Damon decidiu confiar em mim, mas não está fazendo isso cegamente. A relutância emanando dele é tão grande que é quase palpável e eu não posso realmente culpá-lo por se sentir assim, já que também estou desconfiada se ele realmente cumprirá sua parte do acordo de pegar a Katherine e ir embora. Ele parecia sincero e eu sempre costumo saber quando ele mente, mas Damon é um manipulador de primeira e os riscos são muito altos.
          
          Estamos quase terminando de cruzar a festa, quando somos interceptados por Matt e Caroline. Apesar da terrível situação, não consigo resistir em abrir um leve sorrisinho ao ver a mão dos dois entrelaçadas.
          
          — Oi, Bonnie! — Matt cumprimenta alegremente, já um pouco chapado da bebida.
          
          — Bonnie! — Caroline também exclama, porém, em um tom indignado — Ai meu Deus, por onde você andou? Eu procurei você e a Elena o dia todo.

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BONNIE
          
          Franzo a testa ao avistar uma linha sem fim de veículos estacionados no limite entre a estrada e a floresta. Não é comum haver tanta gente assim a essa distância da cidade.
          
          Com muito custo, consigo encontrar uma vaga para encostar o meu carro. Assim que estaciono, Damon apenas abre a porta e começa a andar em direção ao antigo cemitério, sem ao menos se incomodar em averiguar se o estou seguindo ou não. Solto um bufo irritado e me apresso para também sair do automóvel e conseguir alcançá-lo. Damon não disse uma palavra desde que saímos da pensão, ficando cada vez mais sério e distante conforme nos aproximávamos da tumba. Sua passada é determinada e apressada, fazendo com que eu literalmente tenha que realizar uma pequena corrida para acompanhar o seu ritmo.
          
          No entanto, o barulho natural da floresta e de galhos sendo quebrados pelos nossos pés vai gradualmente sendo substituído pelo som de música e conversas. A festa do Duke! Eu havia me esquecido completamente dela. É claro que de todos os dias que o babaca do Duke tinha para dar essa festa, ele ia escolher justo hoje, em que uma tumba com uma cambada de vampiros famintos há mais de cem anos será aberta. A minha sorte realmente não para de me surpreender. O cara que eu achava bonitinho era um vampiro e me sequestrou, minha ancestral é uma alma penada que não vê nenhum problema em me atormentar com pesadelos e me possuir na hora que bem entender, fui obrigada a fazer um acordo com um sociopata para libertar a sua namorada igualmente sociopata, e agora uma maldita festa bem do lado da igreja Fell onde se localiza a tumba. Que ótimo. Simplesmente maravilhoso, penso amargamente enquanto faço uma nota mental de tomar um banho de sal grosso assim que tudo isso terminar.
          
          Eu e Damon alcançamos a festa e não consigo evitar olhar para todas essas pessoas em volta da fogueira, dançando e bebendo alegremente, com um nó no estômago.

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Oi, tudo bem? Eu sou a escritora de TVD (só que Bamon) e vim te mandar o primeiro pov do novo capítulo. Só desconsidera pq ele ainda não foi revisado então pode ter erros grostescos de português e continuação rs