Eu prometi que nunca mais iria escrever sobre você de novo.
Mas aqui estou eu, três anos depois.
O sabor agridoce de agosto ainda está preso na minha língua,
meus pelos ainda arrepiam de desejo,
e minha mente ainda está perdida.
Com quem você está agora?
Você ainda se lembra de mim?
Eu espero que a resposta seja não.
Você me marcou tanto que as camadas ficaram quebradas.
Ninguém me quis, mas você quis.
Ninguém me desejou, mas você desejou.
Ninguém me enganou,
mas você sim.
Ninguém me traiu,
mas você sim.
Você foi um carrapato no meu cachorro.
Tão bonito para ser verdade,
tão impecável, tão frágil,
tão corajoso —
tão fantasioso.
Mentiroso.
Uma farsa.
Você tinha que roubar minhas amizades também?
Precisava me destruir?
Me matar por dentro?
Me humilhar, me quebrar,
cuspir no meu rosto e depois espalhar mentiras?
Isso foi necessário?
Eu não quero chorar de saudades.
Porque eu me arrependo de você.
Eu precisei me arrepender.
Precisei te esquecer.
Te esquecer para esquecer o motivo
de ter que te esquecer.