Estaria a mentir se dissesse que já não fazes parte de mim: daquilo que penso, escuto, observo ou toco. Encontro-te nas entre-linhas de cada poema que leio, encontro-te na citação mais profunda de cada música que ouço, encontro-te no toque suave de outras pessoas. Que vida triste é esta em que me faço prisioneira do passado e assim, receio o futuro ao lado de outro alguém que não és tu?
Mas que as marés, ventos e tempestades não nos acudam pois o destino que nos é atribuído pela vida não é para ser mudado ou comandado.
Talvez, esteja a dizer isto apenas por não te querer amar tanto novamente, como já o fiz, ou apenas por não acreditar no destino. Se te voltar a ver, que venha o calor do verão que passámos juntos contudo adicionando a rigidez e frieza do tempo de novembro quando tudo acabou.
Se calhar, o que estou aqui a fazer é errado. Estou a usar-te como forma de me exprimir porém tudo o que tivemos fugiu, escapou ou escorregou das nossas mãos e do nosso pensamento.
Comigo trago as boas memórias de ti, de nós e de mim, quando era mais feliz.