Livres, felizes, cheias de alegria,
as borboletas pelos céus se vão...
Não tenho idade, tenho Vida!

Tudo nesta vida termina mais cedo ou mais tarde. Mas é engraçado como tudo começa quando algo termina. É esta a lei da vida. Tudo é cíclico. Tudo vai e vem, progride e regride. Nascemos quando acaba a gestação, ficamos mais velhos cada vez que acaba um ano, morremos quando acaba a vida, e é nesse preciso instante que nasce outro alguém. Tudo passa, mas ao mesmo tempo tudo volta. Os ciclos repetem-se, no entanto nunca ao mesmo tempo, nunca da mesma forma.

Borboletas

Aos casais... Ante a espessa ramaria
verde, e rendada ao sol deste verão,
livres, felizes, cheias de alegria,
as borboletas pelos céus se vão...

Despreocupadas... Pela floração
se perdem, numa inquieta correria...
Onde foram? E em que lugar estão?
Já não se vê o olhar que as perseguia...

Mas, de repente, voltam pelo espaço,
trêmulas e amorosas de cansaço,
asas roxas e azuis ou violetas...

E invejoso pensei, vendo-as pelo ar:
quem me dera nascer, viver e amar,
como aqueles casais de borboletas!

J.G.de Araújo Jorge

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