Eu confesso que, como escritor, adoro embutir a tão criticada "prosa roxa" em minhas obras. Não sabe o que é prosa roxa? Bem, trata-se, basicamente, de textos exageradamente sofisticados que empecem o desenrolamento natural de fluxos narrativos. Substituir termos vastamente utilizados no vocabulário popular por equivalentes "chiques" quando você vai escrever o diálogo dos seus personagens, por exemplo, é considerado incrementar a prosa roxa no seu livro.
Eu, por outro lado, somente a insiro nas palavras do narrador (uso este que considero justificável, pois escrevo minhas histórias em terceira pessoa). Em Contos da Mansão, o emprego desta ferramenta literária amplamente criticada serve propósitos cômicos; afinal de contas, é inegavelmente hilariante testemunhar os dizeres lapidados do narrador serem interrompidos por falas chulas e de muitíssimo baixo-calão vindas dos personagens.
Convenhamos: a porção majoritária dos integrantes dos Subordinados do Caos (um nome interno para as creepypastas que vivem na mansão, porque nem a pau que eles seriam levados a sério caso este fosse o nome da seita deles dentro do livro) iniciaram seus hábitos criminosos durante a adolescência e, portanto, sequer concluíram o Ensino Médio.
O Jeff, por exemplo, matou seus pais a sangue frio quando tinha dezesseis anos, e posteriormente ateou fogo na própria casa, antes de fugir com seu irmão para cometer mais assassinatos. Obviamente, ele não falaria palavras sofisticadas regularmente.