Dentro de todos uma tempestade flamejante de ideias desencadeia o processo simples de romancear a própria existência, como o prisioneiro que se sacode agarrado as barras de sua cela, escrevemos em busca do inatingível:

em busca daquele dia em que não dissemos as palavras queridas, 

em busca daquela hora que não percebemos que passou,

em busca daquele minuto que poderíamos ter respondido algo diferente,

em busca daquele olhar que nunca recebemos de alguém obtuso.

No fim, todas as experiências humanas se resumem a frustração de ter sabido que se viveu nulamente, imbuído da auto-crítica e da comiseração daquilo que se foi e está perdido.

Densas nuvens cercam o pensar daquele que trilha o caminho do conhecimento, quanto mais se adentra nas sombras, mais densas são as nuvens.