Eu sei que tenho oscilações de humor, crises de raiva e crises depressivas.
Eu sei.
E eu sei que a psicóloga não está errada em querer me receitar remédios, afinal, como se já não bastasse, tive um surto psicótico em Janeiro (e não foi a primeira vez).
Mas eu NÃO vou tomar remédio nenhum. Não vou.
Sei que isso pode estar me prejudicando, e eu tenho visto coisas, e tenho estado mais irritada do que o normal, - se é que a palavra "normal" ainda pode ser usada por mim - mas mesmo assim...
Não aceito isso. Não aceito, pois sei que esses remédios não adiantaram em nada. Afinal, meus problemas não irão sumir. E também, por mais um motivo...Acho que, no fundo, afinal, é difícil acreditar que estou ficando "anormal".
Outro dia, eu era uma criança extrovertida e cheia de vida... Hoje, sou só uma adulta que, desde a adolescência, têm pensamentos suicidas e anseia pelo dia em que conseguirá se matar com aquela maldita faça da cozinha.
Porém, uma outra parte de mim luta.
Sim, luta.
Luta pela vida. Luta para não desistir de tudo.
O nome Viviane significa "vida", "vivaz".
Irônico, não? Logo eu, que volta e meia penso em tirar a minha vida.
Sinto que não estou vivendo, só sobrevivendo... E isso é tão, tão injusto!
Eu não quero ser normal. Odeio tudo que é normal.
Mas também, odeio ser assim. Queria ter uma vida normal. Odeio me sentir assim.
Será que precisarei ficar até o resto da vida indo ao psicólogo e negando tomar remédios?
Só queria que alguém me acordasse e dissesse que todo esse pesadelo acabou, e meus sonhos voltarão.
Seguirei esperando....