A sociedade veste sua máscara de civilidade, mas nos porões da tradição ainda trata mulheres como ventres ambulantes, máquinas de reprodução sem voz, sem escolha, sem futuro que não seja o de sangrar para alimentar um mundo que nunca as quis livres. São criadas para servir, ensinadas a engolir o próprio grito, condenadas a um ciclo de dor onde sua existência se resume a gerar filhos para um sistema que as descarta quando deixam de ser úteis. E se ousam recusar esse destino, são punidas, silenciadas, chamadas de egoístas-porque neste mundo podre, uma mulher só vale enquanto pode ser possuída ou parir.