O sétimo capítulo de Caça-Trevas está a um passo de sair. Proposta Aceita está quase entre nós, fiquem com um pedacinho dele aí:
O Caçador se aproximou dele ainda mais e lentamente, quase pareceu que iria poupá-lo. Chegou perto sobremaneira que a máscara apavorou Makton. O assassino não podia ver por baixo da máscara que seu algoz usava, não pôde ver os olhos, não pôde ver a expressão, não sabia como era o último rosto que veria. O Caçador pegou a nuca de Makton e entrelaçou os dedos em seus cabelos barrentos e fedorentos. Com força, ergueu a cabeça dele e logo os gritos vieram, ele se debateu. Makton tentou escapar, mas o poder nas mãos do Caçador se manteve firme. Com a lâmina velha nas mãos, o Caçador perfurou o coração dele. Como se estivesse furando uma melancia, o predador foi pondo a lâmina cada vez mais fundo na carne dele e o sangue saia em pequena quantidade como uma torneirinha com defeito. No início, ele gemeu de agonia, as mãos tremeram em espasmos. Depois, os gemidos se transformaram num único e solitário grito que veio e foi para sempre. Quando a lâmina já estava enfiada até o cabo, Makton parou de se mexer e o Caçador observou a sua última expressão: perda. Na verdade, a última coisa que os olhos lacrimejantes de Makton viram foi uma sombra se movendo no escuro. O Caçador garantiu que não mais houvesse como reconhecer Makton, e quando o trabalho foi feito, tudo o que restava de sua cabeça eram pedaços de carne e ossos à mostra. O sangue respingou e manchou a máscara metálica. O Caçador não tocou mais nele, deixando-o fincado ao peito de Makton. Agora havia fedor no ar, fedor do morto e fedor de prováveis fungos ou coisa parecida. Ofegante, o predador se apoiou nos joelhos e respirou fundo, levando para dentro toda aquela podridão só para então soltá-la de novo.