Carta aberta aos amantes de Ezra, Thomas e Nina, de “A Tentação de Nina”
Eu sei. Eu devo essa história a vocês.
Sei quantas vezes vocês me perguntaram por ela, quantas esperaram em silêncio, e quantas outras eu tentei reescrevê-la e falhei.
Falhei em trazer esse trisal que mora em mim desde 2018 para a luz. Falhei em encontrar o tom certo, o momento certo, a coragem certa.
E falhei com vocês. Com cada pessoa que se empolgou com a ideia e depois foi deixada esperando.
“A Tentação de Nina” não é uma história fácil. Não é dark, mas é densa, humana, cheia de escolhas difíceis que geram consequências reais. Daquelas que incomodam, que dividem opiniões, que fazem a gente se perguntar o tempo todo: "E se fosse comigo?"
Talvez por isso eu tenha recuado tantas vezes. Porque contar essa história exige de mim um tipo de exposição que, sinceramente, ainda me assusta.
Nina me chama todos os dias. Ela está ali, batendo na porta da minha cabeça, implorando para ser ouvida. E eu continuo silenciando. Porque, no fundo, ela é uma parte de mim. Uma parte que ainda não estou pronta para mostrar. Nina sou eu, sem filtro, sem máscara, sem proteção. E isso assusta.
Enquanto isso, outros projetos aconteceram. Coisas novas, tentativas de me encontrar como autora. E, mesmo ali, às vezes me perdi.
Escrevo porque preciso. Para silenciar a mente, para aliviar a ansiedade que borbulha sob minha pele. Mas não, ainda não estou pronta para entregar Nina ao mundo.
Ela está sendo escrita. Em segredo. Com cuidado. Com medo, sim, mas também com amor. Porque quando ela vier, vai ser como fogo: intensa, marcante, impossível de esquecer.
E eu quero dar a vocês exatamente isso.
Obrigada por ainda estarem aqui.
De verdade.
Com carinho,
K. Rowe