Visões de personagens que não existem se misturam e se fundem a acontecimentos fantasiosos criados no âmago da minha imaginação. O turbilhão de palavras me envolve e controla meu corpo. Sou como um fantoche das palavras. Tento desesperadoramente parar, mas não consigo. Sinto o ar passar pelo meu corpo enquanto alço voo,  danço  e canto enquanto ainda sentado e sem me mexer. Como nas nuvens sinto a alegria de cada um deles, assim como molho meu travesseiro sozinho no escuro do meu quarto, não podendo evitar que a tragédia chegue até eles. O tempo cria asas transparentes e reluzentes e desaparece. O frenesi toma conta de mim a cada linha, pois pressinto que o fim estará ao digitar a próxima palavra. O mistério que até a mim mesmo era negado é revelado e então tudo acaba. Fim. O que sobra é o vazio deixado por algo que não existia, mas que enquanto desabrochava era tão real quando eu. Resta deixar que curiosos possam desfrutar de algo que saiu de mim, mas que na verdade nunca foi meu.

Sinto-me sendo bem recebido enquanto você desliza seus olhos lendo cada palavra que neste momento escrevo.

Muito prazer e seja bem vindo!