A literatura está em tudo. Por vezes, escondida nas dobras do coração, mas está lá, acredite! Comigo, as coisas estão acontecendo rápido, e é surpreendente. Será que o mundo não é assim mesmo? Será? Este que vos escreve, vivia às turras com os professores. Eu brigava com os livros, odiava leitura. Em meados dos anos 90, tínhamos o ensino médio tão cartesiano quanto as nossas classes. Nelas, os meus colegas faziam desenhos pessimamente educados e textos minúsculos com intenções estranhas (eu nego, se disserem que fiz qualquer coisa de errado), mesmo assim, as grandes obras literárias foram-me oferecidas, e as lia um pouco do começo, o seu final e o resumo. Lia o estritamente necessário para a ficha de leitura. Era tiro certo: todos os anos, no calorão de dezembro, estava eu em recuperação. Os Natais eram de puro sofrimento, tenho que admitir.
Mas, agora, estou aqui me atrevendo.