Ser chamada de "estranha" me fez sentir invisível de uma forma dolorosa, como se tudo o que eu fosse não tivesse lugar no mundo ao meu redor. Cada palavra ecoava na minha mente, me fazendo duvidar de tudo o que antes parecia natural. Me senti inválida, como se minha existência estivesse sob julgamento constante, e ridícula por pensar que poderia ser eu mesma sem consequências. A palavra "estranha" não só me fez sentir deslocada, mas também exposta, como se minhas diferenças fossem um motivo de reprovação. Foi um momento em que a sensação de não pertencimento pesou ainda mais, me deixando em um silêncio desconfortável, cheia de dúvidas sobre meu próprio valor.
Ficar presa nesse sentimento de estranheza foi sufocante. Comecei a questionar cada gesto, cada palavra, me perguntando se eu estava sendo analisada a cada instante. Como se cada coisa que eu fizesse pudesse ser vista como errada, fora do comum, e me expusesse ainda mais. A sensação de inadequação cresceu, e me senti como se estivesse forçando uma máscara para agradar os outros, enquanto, por dentro, me afundava cada vez mais em uma insegurança que não sabia como lidar. A palavra "estranha" parecia pequena, mas o impacto dela foi gigante. Me senti ridícula por me importar tanto, mas, ao mesmo tempo, era impossível ignorar o peso que ela trouxe, como se tudo o que eu era devesse ser corrigido ou moldado para caber no que as pessoas acham aceitável.
Quando me chamaram de "diferente" com aquele riso despreocupado – "você é diferente" –, foi como se tentassem suavizar o julgamento, mas a sensação de isolamento só aumentou. A palavra "diferente" veio carregada de uma estranheza camuflada de leveza, como se, na verdade, estivessem tentando ser gentis, mas, no fundo, continuassem me colocando à parte. O riso que acompanhava a frase parecia dizer que não era algo sério, mas dentro de mim, reverberava como um lembrete constante de que eu não me encaixo.