Hoje é sexta-feira, me senti tão bem com a vida que nos trinta minutos de descanso que eu tive, quis escrever. Eu não fui empurrada a esse momento, eu não tô buscando abrigo e compreensão escrevendo isto, e /isso/ é novo. Medicada, a vida tomou um novo ritmo, tem novos gostos e cores. Eu pareço estar o tempo todo conhecendo uma nova personagem, mas é só eu. Uma “eu” que não sabia que poderia existir.
A depressão e a ansiedade ocupavam grande parte do meu ser, e agora, sem elas, há tanta coisa para descobrir. No antigo cenário, eu escrevia porque sobrevivia, era o último suspiro antes de eu não ter mais nada. Eu consegui sair dessa, e agora sem o pânico me tirando o ar, sem medo, ou a certeza que eu só servia para a escrita, tudo mudou. Minha vida andou.
Se escrever não é mais refúgio, então não sei o que ela é. E isso é bom. É nessa possibilidade de (re)descobrir algo, que está a chance de se reinventar. Eu não sei se vai demorar, mas virá. O novo sempre vem. Sem ser pela dor, mas pelo amor de ser eu em mil versões no papel.