murmulas

Máscara. 
          	Hoje me confundo em rostos
          	não tenho o meu
          	
          	Lá no fundo ele se perdeu, 
          	Porque não sabia o que era 
          	
          	Já perdido, tenta voltar a entender 
          	Como tão fundo foi se afogar. 
          	E eu devo esperar. 

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Os heróis que em tempos que trouxeram a nos salvar são mentirosos. Nunca falaram um dia sequer alguma verdade, a não ser suas falsas profecias.
          
          Ninguém salvará o Brasil, ninguém salvará aqueles que um dia foram dizimados por naus portugueses.
          
          Ninguém salvará os adultos de suas derrotas cotidianas, Ninguém vós salvará das dores que suas próprias correntes suportam.
          
          Ninguém salvará os jovens de seus pequenos medos e suas imbecis lógicas, de suas expectativas de um mundo fantasioso.
          
          Ninguém salvará o mundo de sua própria espécie assassina que causará sua própria extinção.
          
          Ninguém salvará a mim desses meus medos que me amedrontam. 
          
          Então digo, maldito sejam os falsos heróis, que com força de vontade nos dão o que está no fundo da caixa de pandora. Esperança. 

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Tenho medo de como me veem, tenho medo de como começo a agir. Eu me escondo em máscaras, e penso que assim que tiradas medo será presente o suficiente para que possam ver minhas  vergonhas ultrajantes e imorais. Meus verdadeiros sentimentos, aqueles que eu escondi com os monstros da cama abaixo de mim. Um dia terei que parar de interpretar, mas atrás dessas máscaras o que resta, a não ser o respirar de um corpo doente?

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Eu vou fumar cigarro, e você fumará ao meu lado seu charuto. Conversaremos de tudo um pouco, até que os assuntos do mundo sejam diminuídos a passagens cotidianas. Discutiremos sobre religiões,  padrões morais e política. E quando pararmos será meia noite, e daremos boa noite e iremos descansar. 
          Você para o seu quarto e  eu para o meu quarto. Continuaremos esse vínculo até que as ondas possam ver a lua e discutiremos arduamente sobre tudo, das mais triviais as mais complexas conversas. 

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Eu quero ser surda para o mundo, ouvir meus pensamentos calados e não ter medo dos barulhos do purgatório. So ali meus batimentos caem, e so ali minhas lagrimas se revoltam. Tento de tudo, mas no inferno se apenas restar a humanidade não existe adaptação.  So quero pedir socorro, mas não ouvem minhas tripas estilhaçadas sendo torturadas e comidas pelo meu demonio particular. 

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Adolescência me dói, Adolescência me mata.
          A tanto tempo não choro, a décadas não durmo.
          Não sinto minha alma e meu ser se contradiz.. onde está meu herói? Aquele que um dia me contaram que viria para me salvar das dores da vida? Se perdeu no caminho, creio eu.