Sou o paradoxo do navio de Teseu ambulante. 
Não sei quem sou. Diga-me você.
Em qual centavo você fica rico?
Em qual segundo você fica velho?
Em qual milímetro você fica longe?
Em qual idade pode-se dizer que alguém morreu de velhice?
Em qual quantidade pode-se dizer que é um monte?

Escrevo. Desenho. Pinto. Meço. Peço. Penso. Crio. Copio. Falo. Cumpro. Edito. Digito. Bastante, aliás. Rabisco. Até na mente. Canto. Nada bem. Rimo. Até sem querer. Sorrio. Quase nunca. Brinco. Faço graça. Tento, na prática. Procrastino. Aprendo. Ensino. Vivo. Olho. Vejo. Observo. Tem diferença, sabia? Me inspiro. Inspiro alguém. Inspiro. Expiro. começo de novo.

19 anos e apaixonado por muita, muita coisa mesmo. E sem saber para onde seguir.
Me mandaram escolher um futuro. Eu vejo tantos futuros por aí. Uma miríade de futuros como opção. Mas não me vejo em nenhum. Não pertenço a nenhum? É o que me questiono. Não me sinto em casa. Não me sinto pronto. Não ainda.
Quando eu me encontrar, eu volto para contar.