Bem, eu não sei direito por onde começar. Há vários inícios. Mas, na verdade, acho que tudo começou quando cheguei naquela isolada e tediosa casa de três andares. Ou melhor, quando peguei a chave, enfiei na fechadura, girei, pus a mão na maçaneta e finalmente abri a porta. Por anos eu não consegui explicar o que havia visto ao atravessar a entrada. Era deslumbrante, maravilhoso e todos os outros adjetivos bons que conhecia. Tudo era uma versão mais espantosa e soberana do mundo real. No entanto, nada daquilo passara de uma criação da minha mente infantil e fértil. Pelos menos era o que eu pensava.
Agora, com meus 16 anos, estou retornando para a mesma melancólica casa. Eu não queria voltar. Não queria mesmo. Eu só queria deixar o passado no passado. Porém, o passado tem o hábito de se repetir nas pessoas. Com um novo amigo estranho, um garoto que vira um gato, dois irmãos, um vizinho esquisito, uma nova paixão e a mesma porta, eu percebo que talvez as coisas da minha infância não foram frutos da minha imaginação.
E que talvez botões não sejam tão ruins assim.
Ass: Park Jimin.
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