Sempre odiei ter que enfrentar lugares lotados
Cheio de seres humanos barulhentos e todos emaranhados
Autista que sou, tudo envolvendo pessoas sempre me desregulou
Mas quando você chegou, me mostrou
Que é possível sim sobreviver tranquilamente nesse mar de gente
É porque nesse mar de gente
Eu só consigo mesmo é reparar na gente
Eu e você, você a me olhar
Com seus olhos que me contam uma bela história
Que diz que é terapêutico te amar
Tantas vezes você já me acalmou e me mostrou
Que eu não preciso me esconder, pra conseguir viver
Que tudo fica mais simples quando sua mão está na minha
E o seu coração, em sincronia com o meu coraçãozinho medroso
Pois é, sempre tive medo de amar alguém assim
De dar tudo de mim... Mas como dar tudo de mim
Se eu sempre me achei pouca coisa?
E será que está tudo bem em gostar tanto assim
De outra pessoa além de mim?
Eu fui pega desprevenida por você
É irônico, mas eu, que sempre adorei previsibilidade,
Não consigo sentir nada além de felicidade
Por esse moço que surgiu do nada no meu coração
E até mesmo na minha cidade
Numa tardezinha de abril, meu coração se abriu
E quis você
Você, que nunca mediu esforços em pegar tantos ônibus por dia pra me ver
Você, que ama sem medidas e me contaminou com seu incrível jeito de ser
Você, que tem o superpoder de me fazer querer viver
Todos os clichês e coisas bregas que eu sempre critiquei
Com um enorme sorriso no rosto, porque
Eu não quero mais ter arrependimentos e reprimir a sinceridade do meu coração, então...
Então sim. A resposta é sim.