Ver todos aqueles brinquedos espelhados pelo quarto, como se este fosse alguma caixa de brinquedos gigante extravagantemente bagunçado, fazia pensar se aquela vida valia realmente à pena. O que havia de extraordinário compartilhar a vida com alguém que andava por ela como se fosse uma eterna criança? Acreditar que nem mesmo Peter Pan já pensou em um dia crescer e ver como seria o mundo por trás da Terra do Nunca seria ingênuo.
Olhar em volta e ver que aquilo tudo na verdade era realidade e que infelizmente crescer era inevitável. Não haveria como antigamente vaga-lumes iluminando o céu e imaginando que um dia pra frente seriam lindas estrelas brilhando na imensidão azul.
Sim, é triste pensar deste modo. Um nó na garganta nos prende a infância. Eu gostaria de fazer acreditar que o planeta Terra gira lentamente. Mas seria mentira. A fase adulta chega destruindo de um modo assustador, e quando finalmente me dou por mim, o planeta foi levado e sou apresentado a um irônico País das Maravilhas.
Felizmente poderei trocar a noite pelo dia, dormir para sempre, porque é quando durmo que milhões de vaga-lumes iluminam o mundo. A noite não se parece com algum filme bizarro de Tim Burtom, mas um baile que acontece de baixo da minha cama. Posso dançar sem me preocupar que horas serão quando tudo voltar.
Pegar todos os sonhos que tive e que me atormentaram durante todo esse tempo e colocarei dentro de pote transparente, pra assim ver todos os dias, durante as vinte e quatro horas que tudo que me assusta, me põem terror, agora me fazem sorrir.
Finalmente poderei acreditar que o mundo gira lentamente. Colocar meus olhos no céu e ver dez mil vaga-lumes iluminando todo o mundo. Não vou precisar deixar minha porta do quarto entreaberta porque meu sono vai voltar e por fim eu vou dormir.
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Story by ᴘ o ᴛ ᴛ ᴇ ʀ
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