É até ridículo agora. Parece que, agora, todo mundo é talentoso, todo mundo tem o dom. Não que diga que tenho. Escrever virou modinha agora, é? Isso me dói. Simples. Não estou com raiva; não estou esbravejando por aí, socando tudo que posso. A vontade que eu tenho é de me deitar no chão, olhar para o teto e ficar em silêncio, por que a tristeza me consome. Algumas pessoas levam a sério mesmo, escrevem e procuram fazer seu melhor; outras só fazem por fazer. O motivo errôneo de escrever que algumas pessoas têm me mata por dentro. Me consome.
Desde pequeno gosto de ler. Quem me conhece sabe, essa é minha marca registrada. E eu gosto. A maioria me conhece por A menina dos livros. "Ah, olha ali ela! Ela AMA ler. É bonito de ver, até".
Meu português sempre foi impecável. Sempre tive gosto em escrever corretamente e ler. As palavras que sei aprendi sem esforço e sem vontade. Aos meus poucos 7 anos eu não sabia de nada quanto a escrita; só sabia que amava ler, e ainda amo.
Acho que minha mãe pôs na minha cabeça a ideia de que livros têm sentimentos de maneira muito exagerada, pois hoje em dia eu choro, aos prantos, a fala coberta por soluços, quando um livro meu é dado ou destruído, mesmo que pouco.
No meu aniversário, não perguntam-me que presente quero ganhar. Não, não: a pergunta é que livro eu quero ganhar.
Bem, não é relevante pra você, não é?
Eu só me magoou. Profundamente. Você que lê isso não tem noção da mágoa. A literatura é, para mim, a mais bela arte que existe; e as pessoas estão manchando o que eu amo com esta modinha de bosta que me atormenta até o fundo da minha alma. Você sabe como isso dói? Sabe?! Crescer ao lado de algo e ver isso ser manchado por uma, várias pessoas idiotas, tem noção?
Isso me deixa profundamente triste.
Mas nem adianta meu apelo, não é?
Você simplesmente não liga.