snoiopy

quando te conheci você já tinha cheiro de saudade. nunca consegui memorizar os traços do teu rosto porque pareciam se desfazer em alguns poucos segundos antes que eu tentasse. acho que algo em mim já sabia que você não ficaria, não pelo tempo que eu gostaria que ficasse.

snoiopy

quando te conheci você já tinha cheiro de saudade. nunca consegui memorizar os traços do teu rosto porque pareciam se desfazer em alguns poucos segundos antes que eu tentasse. acho que algo em mim já sabia que você não ficaria, não pelo tempo que eu gostaria que ficasse.

snoiopy

passei um longo tempo achando que não sabia ser amada, mas estou começando a me questionar e achar que eu não sei mesmo é como amar. talvez eu esteja amando errado esse tempo inteiro e ninguém me contou. talvez eu só seja uma sequência de reproduções do que eu acho que o amor é.

snoiopy

e o que é saber amar? eu não tenho resposta para essa pergunta, mas no momento sinto que posso dizer que saber amar é provavelmente o contrário de tudo o que fiz a vida inteira.
Reply

snoiopy

não é no barulho que sinto mais a sua falta, R. é quando eu aquieto e o mundo emudece. sinto sua falta quando nada acontece. quando o vazio pesa pela falta de perguntas e respostas. é como se nada ao meu redor tivesse forma e tudo está no aguardo do seu comando para existir.

snoiopy

às vezes acho que cheguei naquele estágio do cansaço de alma. não importa o quanto eu descanse, não recupero a vivacidade. tudo mais do mesmo, o receio da aceitação cega do “por vir”. está tudo bem, mas também não está. um medo irracional de estar perdendo o interesse pela vida.

snoiopy

ocorreu-me às quinze o medo súbito de morrer. lia-se “terça-feira” e estar sozinha ainda era consequência do domingo. segurei o choro na palma da mão e senti-me uma coisa qualquer no mundo. se em vez do medo me sobrasse a vontade, morreria agora sem ter alguém para me salvar.

snoiopy

não há conforto imediato no recomeço. mentem quando dizem que se sentirá melhor amanhã. há o vazio e a demora. o intervalo entre o nada e a esperança de que algo aconteça a cada virada do ponteiro. o sol surge, o sol morre. pela manhã, ainda serei eu. de novo. um eu de cada vez.