Direito - Unicesumar
Giovanna.
Curitiba.
18.

Sou aquela garota no canto da sala com a franja a tapar os olhos com a cabeça abaixada. Sou aquela garota de fones do ônibus olhando pela janela e procurando por algo que não existe. Sou aquela que vai rir de suas piadas mesmo sem entender. Se você me ver de manhã, sou aquela que irá sorrir e abraçar-te. Sou aquela que sempre irá dizer-te adeus ao final das aulas. Sou aquela que sempre vai ter o cabelo bem penteado, roupas bem passadas e os velhos tênis nos pés. Sou aquela que irá sorrir com você, mas também aquela que irá chorar por você. Sou aquela que entende quando não respondem as minhas mensagens. Sou aquela que sempre será uma boa amiga e uma ótima companhia. Na realidade eu não sou assim, mas você nunca saberá a verdade. Nunca saberá meus medos e pesadelos. Irei lutar sozinha as minhas batalhas e secarei sozinha as minhas lágrimas. Vou ler um livro até preencher o vazio do meu peito e mudarei a música para espantar a tristeza. Mas se um dia você ver minhas mãos tremerem e meus olhos se encherem de lágrimas, leve-me para ver o pôr do sol e lembre-me que até mesmo os fins podem ser espetaculares. E não me deixe sozinha naquela noite, porque mesmo que eu mantenha as janelas bem abertas, o silêncio não sai do meu quarto, em vez disso, ele se infiltra na minha cabeça e começa a me enlouquecer. Então fique comigo, mostre-me as estrelas, a lua, repetindo que há muito depois de cada fim. Um universo inteiro. E quando houver amanhecer, você terá me salvado, porque assim como o sol dá à terra um novo dia, você me deu um novo começo.