Há tantas coisas que gostaria de dizer.
Nesse imenso mundo me sinto como uma garotinha.
Mesmo tendo mostrando uma súbita coragem, como a de um leão.
Não sinto-me assim.
Eles acham que eu estou desbravando o mundo.
Que meu sorriso está sendo em meu rosto.
Mas, a verdade é que sou pequena demais para entender esse mundo.
Sou densa.
Sou escorregadia.
Não pertenço aqui, a esta terra.
E não sou tão pura e angelical para poder ganhar meu espaço aos céus.
Meu amado se encontra nas alturas e nem mesmo a ele posso alcançar.
Nem meus sentimentos o alcançam.
Então eu vivo nesse limbo.
Nesse espaço entre esses dois mundos.
Reunindo a minha densidade,
E depois me condensando frequentemente.
Pois, não apta para estar em nenhum lugar.
Me resta admirar o lindo Sol brilhante que queima ardentemente com suas paixões e reina com esplendor.
Mas, ainda carrega a sombria parte das calorosas feridas de um futuro da qual não foi capaz de segurar.
De sonhos que escorreram entre seus dedos.
De amores verdadeiros não vividos.
De uma felicidade sem fim que o aguardava.
De uma Lua que guarda em seu peito, mas nunca poderá alcançar.
Além de poder rezar para a estrela.
Que foi-se para longe e não tive como me despedir.
Que pediu para que eu cantasse, enquanto embalava meu sono.
Que sorriu até seu último momento.
Que derramou lágrimas e perdeu suas memórias.
E agora, dança entre a noite com o brilho mais singelo e único nos céus.
Virando assim a pequena estrelinha que sempre foi no começo da sua vida.
Estou aqui, brilhantes seres de luz.
Olhando para vocês sem ser capaz de tocá-los.
Enchendo-me da mais profunda e obscura densidade da qual sou feita.
Não saberão nunca o que está guardado aqui.
Falta-me muito mais do que palavras ou forças para tentar tramistir a vocês.
Só rezo para que não se esqueçam de mim.
E que até o fim, sejam felizes.