xchoox

Canção das mulheres
          	
          	Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
          	
          	Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
          	
          	Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
          	
          	Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
          	
          	Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
          	
          	Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
          	
          	Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.
          	
          	Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''
          	
          	Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
          	
          	Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
          	
          	Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
          	
          	Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.
          	
          	Lya Luft
          	Eterna lya...

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Canção das mulheres
          
          Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
          
          Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
          
          Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
          
          Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
          
          Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
          
          Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
          
          Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.
          
          Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''
          
          Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
          
          Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
          
          Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
          
          Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.
          
          Lya Luft
          Eterna lya...

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Eu tentei ser a melhor durante todos os últimos anos, eu tentei ser boa o suficiente eu me esforcei ao máximo que eu conseguia e agora que eu estou cansada eu não posso simplesmente me deitar e dormir enquanto todos estão acordados? Eu não tenho esse direito? O mundo não vai se descontrolar se eu me desregular um pouco, mesmo que isso me canse eu não me importo mais, eu não me importo com mais nada, eu não quero mais sentir isso se for assim, e eu me odeio, porque quando não sinto mais nada eu quero sentir qualquer coisa então eu me machuco, eu soco qualquer parede eu faço o que eu nunca deveria fazer, eu fico em silêncio, os meus gritos ficam mudos, a minha dor permanece e eu choro, porque eu nunca vou saber o que fazer.

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Eu estou apenas tentando sobreviver. Passei minhas últimas noites acordada, fugindo de quaisquer resquício de realidade apenas para não me sentir tão inútil por não conseguir fazer nada durante o dia. A chuva tampouco ajuda, mas lá fora nunca haverá mais pingos solitários e caídos do que à dentro de mim.

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Ter ansiedade, não é como todo mundo retrata, não é estereotipado, mesmo que tenha os mesmo sintomas para quase todo mundo. A ansiedade ela te corroe por dentro, por algo que muitas das vezes nós não sabemos, a grande diferença entre euphoria e disforia. Dificilmente se encontra um nível de dor para ela, porque não se sabe até onde vai à ponto de interromper a circulação sanguínea à partir do coração. Uma pequena linha de dor, tão fina, imperceptível, os pulmões se tornam cansados, os tremores não são como dizem, não é como se eu pudesse fazê-los parar, é um salto no escuro, uma só tentativa de por a linha na agulha, é difícil explicar.