As reuniões da família Bianchini eram realizadas pouquíssimas vezes, por isso quando aconteciam eram um evento muito importante, a localização sempre era incerta até algumas poucas horas antes do local ser divulgado, naquele dia estava situada na casa de um político muito importante da própria cidade de Filadélfia onde a máfia atuava mais ativamente e mantinha sede junto do Don Salvatore.
— Quem escolheu o lugar?
Ettore perguntou quando ouviu a porta da saleta que estava abri, não tinha dúvidas de quem era.
— Eu mesmo... — Respondeu Matteo se aproximando. — Belo terno, legítimo italiano?
— Se somos italianos devemos usar nossas próprias vestimentas.
— Soou como o Salvatore.
O seu irmão do meio e o sorriso era perceptível em seu tom, ele o encarou finalmente notando a caixa que ele tinha nas mãos, Ettore já tinha uma noção do que era aquilo, Matteo carregava na lapela do seu terno.
— Minha coleira? — disse acenando a caixa, Matteo apenas estendeu a ele.
— Apenas use!
Ettore pegou a caixa encontrando uma peça formada por uma alça oval sobre uma cruz, era o hieróglifo do antigo Egito para a vida e imortalidade que sua família tinha adotado para si como se fossem uma santidade, todavia, lá estava ele colocando-a no peito para entrar em uma sala cheia de gente onde iria tirar a vida de alguém.
— Onde ele está? — Ettore perguntou levantando o rosto voltando a encarar o irmão.
— Aguardando na sala ao lado e já está na hora de entrarmos, vamos!
Matteo tomou o caminho da porta e então só restou a Ettore o seguir. Eles entraram em um corredor aberto e como se soubesse o momento exato Salvatore surgiu ali saído de uma porta adjacente, ele os esperou o alcançarem com sua usual postura de tédio.
— Viu? — Ettore falou apontando para a insígnia. — Coloquei sua coleira.
— Se isso foi uma provocação, soou muito infantil Ettore. — Salvatore suspirou. — Está pronto para fazer o que tem de ser feito?
Ettore odiava como seu irmão mais velho fazia o se sentir como uma criança novamente, aquele menina estúpido que sempre quis lhe dar orgulho, que corria atrás dele como se fosse um cachorrinho, mas não mais.
— Espere e verá!
— Uma única recomendação, não use uma arma é rápido demais...
— Ah claro Don Salvatore, você quer que o espetáculo dure, não se preocupe!
Matteo limpou a voz atrás deles mais uma vez soando no momento exato para prevenir uma discussão na porta ao lado de onde eles teriam que atuar como uma trindade indestrutível.
— Vamos, já me foi avisado que todos estão reunidos.
O irmão do meio falou e então logo eles se posicionaram, Matteo abriu a porta de imediato revelando assim uma sala cheia com mais de vinte pessoas que os encaravam como se vissem o sol à porta. Salvatore entrou primeiro casualmente, Matteo também, mas Ettore não conseguiu disfarçar o incomodou em estar sendo encarado como um pedaço de carne na vitrine.
O Don tomou seu lugar em uma cadeira central diante do "público" como se fosse um rei em seu trono, Matteo ficou a sua direita e só sobrou a Ettore a esquerda, o silêncio na sala era sepulcral, claro que todos estavam esperando pela primeira palavra do seu irmão mais velho, apesar de ter decanos naquela reunião Salvatore era anos luz mais poderoso do que todos ali e com certeza mais intimidante.
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O Irmão Mais Temido
RomanceA Máfia Bianchini Anna D'Angelo se acostumou a viver na sombra da irmã mais nova, Antonella nasceu depois, porém era tudo que a família sempre almejou e o mais importante ela enxergava... Por isso ela foi a escolhida para o casamento com o chefão d...