Is it love? Daryl Ortega

Capitulo II

“Com o tempo você percebe que não se sai dessa vida, ou você morre ou some do mapa. Você só se afunda mais e mais, e quando perceber não conseguirá voltar. A máfia é uma droga viciosa, carregar uma arma e dispara-la já se tornou seu remédio. ”
Esteban Sanchez, este é o nome que se ilumina na tela do meu celular, não posso acreditar que fui ignorada por tanto tempo pelo peruano e rapidamente atendo a ligação. A voz fria e pouco calorosa do meu irmão me faz me afundar por alguns minutos em pensamentos.
-Angel, como estas? – Esteban pergunta e eu volto a realidade – Não finja tanta surpresa, sabemos que uma hora ou outra eu iria ligar...
-Bom dia para você também, Esteban! – Digo mal-humorada e de forma acusadora, enquanto converso volto a andar pelas ruas – Devo me sentir honrada por você ligar mais cedo do que o esperado?! Me poupe...
-*Suspiro* Vamos Alice sei que está feliz por ter ligando... – Posso escutar os suspiros dele do outro lado da linha – Me desculpe pela última vez...
-O que você disse? Acho que não escutei direito! – Não êxito em faze-lo repetir tais palavras, afinal sou a única pessoa desde planeta que conseguiu tirar um pedido de desculpas do traficante.
-Você já escutou eu pedindo desculpas várias vezes, como isso ainda pode ser satisfatório?!– A indignação juntamente com o seu sotaque faz rir.
-Porque me faz lembrar o quão única sou – A resposta parece ter o surpreendido, já que ele ficou em silencio – O que foi? O gato comeu sua língua? Vamos lá Sanchez... sabemos que sou a única mulher do mundo que escutou um pedido de desculpas seu...
-Não posso dizer que seja uma mentira, isso a torna única. Você é única Angel... – Sinto minhas bochechas ficarem vermelhas e logo que Esteban pronuncias tal frase paro na frente da faixa de pedestre – Me lembro do dia que te conheci, nunca pensei que poderia ter uma hermanita tão bela.
-Deixe de ser idiota! Mais afinal o que você quer?! – Pergunto nervosa com a resposta que posso receber – Eu estava certa sobre sua nova amiga, isso já sei! Mas não foi por isso que me ligou...
-Ponto para você Angel! Te liguei porque quero o número do Maccini... – Sabia que havia um motivo por trás da ligação, como sempre... com ele sempre a um motivo a mais.
-Sai desta vida e foda-se o que você me disser! – A raiva começa a me dominar aos poucos e sinto que minha voz saiu mais estridente que o normal – Você sabe que quero me afastar de tudo Esteban! E agora quer o número do Maccini?! Vai se fode!
-Angelique! – Meu sangue gela quando o peruano pronuncia meu sobrenome, a coisa é mais séria do que estou pensando – Eu preciso do número do Maccini, as coisas estão feias aqui e preciso falar com ele.
-O que aconteceu? – Tomo um tom mais sério e olho a minha frente, o semáforo abriu, e agora dava passagem aos pedestres. No entanto espero com que algumas pessoas passem em minha frente.
Eu tomo um comportamento mais frio nesse momento, agora dou prioridade ao meu lado mais racional porque sei que quando Sanchez me chama pelo meu nome do meio coisa boa não se tem.
-Não posso falar por ligação, só peço que me dê o número do Maccini... – A angustia do meu irmão e visível pelo seu tom de voz – Por favor...
Ele está abatido. Da forma que eu o conheço deve estar bebendo whisky uma hora dessas, enquanto está em pé olhando a cidade de Nova York pela enorme janela da cobertura em que mora. O brincalhão Esteban que conheço não está nesse momento, só não posso deixar de pensar o que realmente aconteceu.
-Esteban me diga apenas alguma coisa que explique tudo isso! – Mesmo com o coração apertado não fraquejo por nenhum momento. Estou preocupada, pois nunca o vi assim antes – Se o problema é dinheiro, pode pegar do meu cofre...
-Não, não é dinheiro, o buraco é bem mais em baixo, Angelique... – Suspiro fundo e tento achar alguma resposta que não envolva o mafioso italiano – Deu merda, muita merda...no final você estava certa...
Fico cala por algum tempo e começo a atravessar a rua. O vento da cidade faz com que meus cabelos voem e até peguem no meu rosto, o estaze corre pelas minhas veias e por algum motivo sinto um mal pressentimento ou melhor um péssimo pressagio. “No final você estava certa...” a frase rodeia minha mente.
-Como a... – Antes que eu termine a frase me lembro da nossa última briga – Ela é o motivo?!
Esteban alguns meses atrás achou uma mulher, em que ele dizia ser a melhor que havia a conhecido a anos, isso antes de eu sair da máfia...acho que vai fazer uns sete meses ou menos. Nunca fui com a cara da menina, afinal sempre achei que algo estava errado e a nossa briga foi por causa dela.
Sempre me mantive longe dos relacionamentos do gangster, porque querendo ou não, sei que ele só tem algumas meninas de programas! Geralmente não passa disso, já que Esteban é frio e ele não é o melhor namorado do mundo...
-Sim... – O mesmo sussurra e nesse momento escuto um carro passar em alta velocidade ao meu lado, quase me pegando por milímetros.
Instantaneamente me viro e vejo uma Lamborghini Aventadora vermelha a mais de dez metros a diante e não demora muito para que suma do meu campo de visão. O que diabos acabou de acontecer?!
Não consegui ver o motorista do veículo por conta do vidro preto, mas aposto que deve ser um velho com crise de meia-idade que acha que viver loucamente com um carro de luxo é a melhor coisa do mundo! Sim, conheço bem esse tipo de gente e sei que ainda por cima deve ser um velho nojento que usa viagra para transar com suas prostitutas de dezenove anos.
-Angel?! O que aconteceu? – A voz preocupada atinge meu ouvido e para me certificar que nada parecido aconteça, de nevo, corro em direção a calçada – Alice?!
-Um idiota quase passou por cima de mim! – Rosno de raiva e mordo meu lábio inferior – Filho da puta! Deve ser um daqueles velho ricos em crise de meia-idade!!
-Conseguiu a placa do carro?! – Esteban pergunta e só consigo revirar os olhos
-Como diabos quer que eu pegue a placa de uma Lamborghini Aventadora que chega a cem quilômetros por hora em menos de dez segundos?! – Pergunto indignada e percebo que estou chegando perto da Carter Corp. assim que passo pelo Central Park.
-Certo...acho complicado isso... – Nunca vi o criminoso tão desanimado, o que uma desilusão amorosa não faz, hein? – Me mande o número do Maccini...
-O que diabos Ashley fez com você? Quer o número do Giorgi para ele atirar na sua cabeça? Eu faço isso de graça – Respondo tentando quebrar o clima pesado, mas ele pigarreia.
-Não estou brincando Angelique! Ashley está morta, eu a matei! – Meu sangue congela com suas palavras. Acebei de entrar na empresa que trabalho e supetão meu irmão diz que acabou de matar a amante dele?! – Angelique ela é da máfia russa! Porra, Ashley se chama Amanda! Ela é uma porra de agente da Rússia!