Trocado por uma Guitarra, Balas e um Punhado de Doritos

Sobre tocar guitarras e estar na friendzone

Bom dia! O sol já nasceu lá na fazendinha e aqui também na Moalândia!

Vocês me perguntam: "O que é a Moalândia?" E eu lhes respondo, meu bairro onde todo mundo é perfeito menos o Soobin. Motivo? Ele vai além da compreensão humana no nível ciúmes.

Bom, venho aqui para dizer que Soobin não é a primeira pessoa na fila do pão, e sim, o próprio pão! Na moral, nunca vi um garoto pra gostar de pão como aquele projeto de geladeira Electrolux duas portas, por deus! Semana passada comprei tanto pão para ele na segunda e terça-feira, que na quarta eu tive que fugir com o Yeonjun porque estava sem nenhum tostão antes que ele viesse pedir mais! Não sei qual foi o motivo, mas Soobin quase comeu todo o pão da cantina naquele dia. Graças a Deus não fui eu que paguei.

Yeonjun? Ah, minha amizade com Yeonjun é como se tivesse encontrado minha alma gêmea. Sinto que eu encontrei minha metade da laranja naquele encontro inesperado no ônibus.

Foi a alguns meses atrás.

Estava desesperado, tentando ligar para meu melhor amigo chegar cedo no ponto de ônibus porque faltavam dez minutos para ele passar, mas o filho da mãe teve a pachorra de mandar mensagem dizendo que só ia chegar na segunda aula.

Depois de ter o xingado de todos os nomes possíveis em pensamento e choramingando por ir sozinho para escola mais uma vez naquela semana, o ônibus chegou e com ele, um anjo que no lugar de suas asas havia uma belíssima guitarra.

Eu, como bom papeador que sou, logo comecei a falar sobre o meu bom gosto musical, The Killers, Foo Fighters, Green Day, e pedindo a Deus que o ser angelical que estava dividindo o acento comigo também gostasse de bandinhas "Indie" que não tem nada de Indie, mas sim, os adolescentes hoje em dia (eu) chamamos bandas lendárias de "Indie".

Sorte que ele se interessou, contei minha história de vida para ele se emocionar; amava tocar guitarra quando mais novo, mas meu pai me proibiu quando eu quase estourou seus ouvidos. — Eu juro que ainda não sabia mexer no amplificador — Desde daquele dia, deixei minha guitarra mofando e esqueci várias notas.

Depois disso, falamos sobre todas as bandas possíveis, discutimos nosso gosto para séries e jogos, onde morávamos, soube qual era sua classe e ele soube a minha, contou que o sonho dele era ter uma banda e eu contei que meu sonho era tocar uma canção de amor para pessoa que eu amo, mas disse que não tinha guitarra para isso. Rimos muito e ele me deu sua guitarra! Brincadeira, Yeonjun me convidou para passar no clube de música e eu, como um garoto tímido que não gosta de clubes mas iria por ele, neguei, para que ele, como um garoto flertador e interessado na minha amizade, insistisse mais uma vez e eu pensasse melhor.

Ele não insistiu, nunca mais vi ele e segui a vida.

Até que um dia o vi mais uma vez, Soobin, chocando o total de zero pessoas, estava atrasado de novo. Quando subi no ônibus quase não o reconheci por causa da cabeleira azul, disse que havia se mudado para o meu bairro e que iríamos para escola juntos dali por diante. Foi um sentimento como se a pessoa que eu tanto esperava tivesse finalmente chegado, sacas? Yeonjun era perfeito, tínhamos os mesmos gostos, ele até soube que eu estava sofrendo de amor de amor naquela manhã horrível de segunda-feira.

Segundo ele, minha cara de cachorrinho abandonado pelo dono, transparência que eu tinha fugido da minha coleira. Au au que fala né?

Contei sobre todo o rolê e ele riu da minha cara, parecia que eu o conhecia há décadas! Chegamos na escola, revelou que tinha uma banda e finalmente não fez a tímida me chamando para tocar na sua casa. Soobin havia chegado como o flash, vi que ficou todo desconcertado com o sorriso de Yeonjun, porque amigos, aquele sorriso é capaz de abastecer um- Ah, vocês já devem saber! Fiquei só na análise das análises tentando decifrar se Yeonjun estava dando em cima do meu melhor amigo na minha frente mesmo.