A mãe d'água

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Era 5 de Setembro de 2005, o relógio se aproximava da meia noite, minha mãe instigava o meu irmão para que ele fosse tomar banho no jirau de casa. Era comum tomar banho cedo, ao entardecer, mas meu irmão ficou brincando até tarde na rua e não quis ir cedo.
Minha mãe viu que já estava ficando tarde e que era hora de comer para dormir, mandou que chamasse meus irmãos para que fossem se lavar e logo arranjou uma maneira de botar medo neles para que não demorassem.
- Vai logo tomar banho, já, já da meia noite e a mãe d'água vai assombrar vocês naquele tanque.
Meus irmãos saíram apressados para o jirau, ninguém queria ser o último a sair ou a ficar ali, meu irmão Adriano foi o único a bater no peito e dizer que não tinha medo, que aquela história era apenas uma lenda, fantasia. E foi o último a se banhar.
Dois minutos depois ouve -se um grito no meio do terreiro, meu irmão entra de supetão no corredor de casa, todo ensaboado e tremendo tanto que ouvia o tilintar de seus queixos.
- Mãe, mãe, pelo amor de Deus!
- Que foi menino? Parece que viu assombração.
- Eu vi mãe, eu vi, é a mãe d'água, um esqueleto esquisito e cabeludo, saiu do meio de um redemoinho dentro do tanque, eu não vou tomar banho mais não, não sozinho.
Meu irmão ficou pálido e não parava de repetir como aquele ser era estranho, magro e cabeludo, tanto que de tão assustado, ele jogou a lata na cabeça dela e saiu correndo.
- Eu te avisei, não avisei? Porque não tomou banho cedo como os outros? Agora vamos lá, eu te espero.
E foi preciso a minha mãe prometer que o esperaria terminar de tomar banho para que assim pudesse entrar e dormir. Desde então, meus irmãos nunca mais se banharam tão tarde da noite.

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