Se eu dissesse que aquele casaco que Minho colocou em minhas costas me esquentou, eu estaria mentindo, quando o vi um arrepio percorreu meu corpo, e o frio do nervoso se estabeleceu, não entendia o porquê, afinal, nunca falei com ele, e só o vi na lanchonete. Só tinha achado ele um tanto quanto bonito demais.
-Minho?! - Perguntei assustada.
- Ora, ora, ora, já sabe meu nome Fernanda?! - Ele sorriu um pouco debochado.
- Ora, ora, ora, já sabe meu nome Minho?! - Imitei o sorriso dele. -
Minho sorriu e virou a cabeça para outro lado.
- Culpa da Manuella. - Soltou ele. Não pude deixar de sorrir, mesmo parecendo não se importar com nada naquela lanchonete, entendi que ele guardou bem meu nome. Claro, se Manuella não tivesse gritado meu nome ele não saberia.
- Culpa da Karlen. - Também soltei, rindo da situação. E Karlen, se ela não tivesse gritado o nome dele, eu não saberia. Então agradeci as duas garotas mentalmente.
Ele voltou a olhar para mim, mas agora sério. - Esse é o seu ponto? - Perguntou de repente, analisando o local.
- É, mas não a essa hora, e o seu?
- Não, mas pelo visto... vai começar a ser. - Ele disse isso sério e baixo demais, mas deu para escutar. Quando fui responder, meu ônibus para em nossa frente.
Levanto rapidamente, mas não deixo de tirar seu casaco e estender para ele. Mas tudo o que ele fez foi revirar os olhos e pagar o casaco. Sinto o vento novamente tocar minha pele, mas quando me viro para subir no ônibus, sinto algo encostar em minhas costas de novo, e me viro, pois óbvio, eu sabia o que era.
- O que? Porque? - Perguntei um tanto espantada.
- Apenas... - Ele pigarreou. - Não passe frio. - Ele deu as costas rapidamente e foi andando. E eu fiquei olhando ele se afastar.
- Vamos garota, não tenho todo tempo do mundo. - O motorista do ônibus disse dando uma buzinada. Não demorei mais nenhum segundo e já estava passando meu cartão no sensor.
- Me desculpe. - Disse ao motorista que apenas balançou a cabeça afirmando.
Procurei um lugar vazio e me sentei. Agradeci mentalmente a Minho, pois estava indo em direção a minha casa, quentinha. Protegida. E o cheiro daquele casaco... me atormentava.
O sinal bateu novamente, e tudo igual ontem, alunos loucos, empurra - empurra, e eu correndo, mas dessa vez, meu celular não tocou. Então não mudei meu caminho, fui direto para o ponto de ônibus.
Parei quando estava em baixo do local, um pouco ofegante, olhando meu relógio, vi que demorei 2 minutos, o ônibus não deve ter passado ainda.
- 18 Horas, interessante. - Uma voz masculina disse tranquilamente, mas me assustei e rapidamente virei minha cabeça para ver de quem pertencia aquela voz.
- Minho?!?! O que faz aqui? E o que tem 18 horas? - Perguntei, minha voz saiu um pouco estranha, por que eu estava sem ar, tanto pela minha "corrida", quanto pelo "sustinho" que tomei.
- Você não ouviu o que eu disse ontem? Quando disse que começaria a usufruir desse lugar público? - Perguntou incrédulo, mas debochando ao mesmo tempo.
- Estava falado sério? Mas seu colégio é longe daqui, por que não vai em um ponto mais próximo?
- Respondendo sua outra pergunta, o que tem 18 Horas? É o horário do seu sinal, só queria confirmar, e não é TÃOOO longe assim Fernanda, afinal, meu sinal é 17: 45 e andar um pouco faz bem, e gostei desse ponto, fica em um lugar bem... legal - Disse tudo muito rápido, mas absorvi cada palavra. E não tinha nada de legal ali.
- Ah, e o caminho é o mesmo, minha casa também fica naquela direção - Ele deu um suspiro pesado, e continuou. - E sinto em lhe informar, mas o ônibus das 18 já passou. - Eu realmente não estava mais ligando para o ônibus, ele deve ter percebido que meu ônibus é o das 18 pela minha pressa em chegar ali, mas então, resolvi brincar um pouco também.
- Hummmm, mesmo? Acho que não vejo problema em esperar mais meia hora, afinal, você vai ter que esperar meia hora também. - Disse calma, e foi a vez dele soltar uma risada, ele olhou para baixo e olhou para mim de novo.
- Na verdade não. - Ele riu novamente. - Meu ônibus não é o mesmo que o seu, pensando bem, o meu já deve estar quase chegando. Ele passa de 15 em 15 minutos. Inveja, só de 15 em 15.
Estamos mais ou menos 1 metro e meio de distância um do outro, e ali ficamos, em pé, nos encarando por uns 30 segundos, até que resolvo quebrar o silêncio.
- Desculpe, não trouxe o seu casa.... - Fui interrompida por uma voz menina.
- Fernanda?!?! - Desvio o olhar do de Minho e olho para frente. Era Karlen.
Ela não estava sozinha, Bang Chan estava ao seu lado, os braços em volta dela e a mão repousada em sua cintura. Pousei os olhos ali, ela pareceu não se importar. Eu apenas achei aquela cena fofa.
- Oi Kah, oi Chan - Disse acenando. Mas por que Minho ainda estava me olhando? Não que eu estivesse olhando também, mas percebi por canto de olho.
- Que foi garoto??? - Soltei para Minho, mas ele não estava esperando e apenas desviou o olhar, um tanto envergonhado e tossindo um pouco.
- Minho?!?! Seu ponto não era ou... - Chan foi interrompido por Minho.
- NÃO!!! Não, é esse, agora é esse. - Eu dei uma risada pela forma de como ele estava falando, e ele me olhou com olhar de repreensão.
- Então... - Chan continuou. - Estamos indo ao karaokê, querem ir junto? - Chan puxou Karlen para mais perto ainda, e Karlen sorriu disfarçadamente, mas estranhei uma coisa.
- Vocês não foram ontem? - Perguntei aos dois. Não que tivesse problema eles irem de novo, mas...
- Ah não não!!! - Karlen pareceu sair de sua transe de amores e respondeu. - Ontem fomos ao mercado, por causa do Hyunjin, que não queria ir sozinho, afirmando que seria muito difícil para ele fazer tudo por conta própria. Mas sabemos bem de que companhia ele estava falando.
Todos nós rimos, inclusive Minho, e foi aí que meu coração errou as batidas, só um "pouquinho" hehe, mas seu sorriso iluminou tudo ao meu redor.
- Eu topo. - Resolvi dizer logo.
- Humm, eu também. - Minho não demorou a dizer.
No caminho ao karaokê fomos conversando sobre assuntos aleatórios, como: semana de provas, o tanto de trabalhos que tínhamos que fazer para entregar semana que vem, mas mesmo assim estávamos indo nos divertir, a construção do novo shopping e... enfim. Aproveitei e liguei para minha mãe a avisando, assim ela não ficaria preocupada. E claro, Chan e Karlen não se desgrudavam, Minho andava na frente dos dois e eu atrás, parecíamos aqueles professores cuidando das crianças em dia de excursão.
Quando chegamos ao karaokê, o rapaz responsável pelo local naquele horário nos guiou até a sala em que nossos amigos estavam. Já tinha ido lá muitas vezes, e aquele moço, que aparentava ter minha idade, parecia novo lá.
Quando entramos na sala, vimos uma cena... inusitada. Hyunjin e Manuella não estavam aos beijos, mas estavam próximos, colados, colados até demais. Muito, muito juntinhos naquele sofá. GRUDADOS.
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O Sinal das 18 (Lee Minho(Lee Know))
FanficFernanda não fazia ideia que a hora 18 mudaria sua vida, sempre, no mesmo lugar e horário a pessoa que mudaria a sua vida estaria a esperando. Uma garota de 17 anos, que apenas foi acompanhar seus amigos, conheceu a pessoa mais incrível do mundo. Se...