Capítulo Único

876 76 57
                                    

Para alguns, poderia ser apenas mais um começo pacato de outono. Mas para Keigo e Touya, era uma nova estação maravilhosa que se iniciava.

Segundo eles, outono era o sinônimo de renovação. O cair das folhas alaranjadas que se preparam para receber o inverno, o clima que começa a ficar mais ameno. 

Uma época totalmente familiar.

As folhas secas caídas no solo, o céu com um azul diferente, a brisa mudando para chegar o frio. 

— Keigo, vem logo! — Gritou do lado de fora, em frente ao jardim.

— Já estou indo, Touya! — Respondeu, correndo casa à fora.

Subiu em cima da bicicleta do moreno, apoiando as mãos em seus ombros e os pés na pedaleira.

— Você demorou um bocado.

— Foi mal. — Riu ao sentir o vento bater contra seu rosto — Para onde estamos indo?

— Nós vamos à floresta.

— Oh, legal! Mas a gente vai nadar na cachoeira?

— Sei lá. — Deu de ombros — Por quê? Você quer nadar?

Por mais que hoje ventasse, o sol ainda brilhava forte por detrás das nuvens.

— E precisa perguntar? Com certeza quero me esbaldar naquela água!

— Então pronto. Nós vamos nadar.

— Você não existe, Touyazinho. — Se curvou, abraçando o pescoço do maior.

— Ei, desse jeito vou acabar me desequilibrando!

— Veja pelo lado bom. Se você cair, eu caio junto.

O abraçou ainda mais forte, depositando um beijo em sua bochecha.

— Mas que droga, Keigo. — Resmungou, sentindo o rosto esquentar.

— Você fica todo vermelhinho quando eu te beijo na bochecha, né?

— E daí? Você fica bem pior quando eu te beijo na boca. Parece até um tomate.

O loiro fez um bico emburrado, causando risos no outro.

Touya sempre foi o mais atirado da relação. Foi ele quem tomou a iniciativa de se declarar, de dar o primeiro beijo, de avançar com os toques e com as mãos bobas.

— Pronto, chegamos. Será que deixo a minha bicicleta encostada na cerca?

— Pode deixar tranquilamente. Nossa cidade é pequena, todo mundo se conhece. Ninguém se atreveria a roubar nada.

— Ninguém se atreveria a roubar nada? Tem certeza? — Enlaçou a cintura do loiro, colando ambos os corpos — E como foi que você roubou meu coração?

A face de Keigo tomou um tom avermelhado.

— Quem é que está vermelho agora, huh?

— Não enche. — Riu, passando os braços ao redor de seu pescoço — Além disso, seria possível não me apaixonar por você?

— Seria.

— Sem graça. — Revirou os olhos — Tu és incrível, Touya. Eu sou apaixonado por ti desde que me entendo por gente.

— Faço minhas as suas palavras.

Os lábios se juntaram em um beijo suave.

— Você se lembra? Foi nessa floresta que nos beijamos pela primeira vez. — Sorriu nostálgico — Naquela época, nós tínhamos 15 anos e nossos nervos estavam à flor da pele. Cara, eu realmente amava o seu estilo emo.

A floresta perto da nossa rua (DabiHawks)  Onde histórias criam vida. Descubra agora