Four

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Me afasto de George quando ouço a porta bater, e uns pezinhos a fazer barulho no chão. Olho para ele e ele para mim.

- Papai. - desvio o olhar vendo a criança do outro dia a correr até George e ele baixa-se para o agarrar. Ele abraça o filho e eu sorrio com a cena, se bem que me sinto bem deslocada.

- Mamãe? - a criança vira a cara para mim e eu sustenho a respiração.

- Não meu amor. - George fala e vira a cara do pequeno para si. - Se lembra do que o papai falou com você outro dia? Não é a mamãe. - ele aproxima a boca do ouvido do filho e fala algo que eu não consigo escutar. Aproveito para olhar o homem parado junto à porta.

- Você é muito lindo. - falo para o pequeno no colo de George.

- Obrigado. - ele fala meio atrapalhado. - Sou iguail à mamãe e ao papai.

Eu solto um riso assim como George.

- Ela se parece com você. - a voz da criança atinge em cheio o meu peito e eu abro a boca.

- Ah, obrigada amor. - Toco o seu rosto e ele ri. - Sua mãe devia de ser bem bonita.

- Sim, ela é. - Olho bem os olhos dele e o formato da boca, que me fazem lembrar de alguém. Sorrio timidamente, e vejo George com um enorme sorriso no rosto.

- Me desculpem. - o homem se aproxima de nós. - Anne?

Eu olho para ele, e volto a olhar para George.

- Todo o mundo se lembra de mim, ou sabe o meu nome, mas eu não conheço ninguém. - o riso sai como um pedido de socorro.

- Pai, é a situação que lhe falei no outro dia. - George meio que vem em meu auxílio, e vejo o homem acenar com a cabeça.

- Arthur. - ele estica a mão para mim e eu a aperto.

- Pelos vistos você sabe o meu nome. - sorrio de lado e ouço George rir.

- Passou se algo pai?

- Não, nós viemos aqui pois você tinha dito que só ia vir dar uma vista de olhos na loja.

- É.

- Acho que atrapalhei algo. - falo e olho para George.

- Nada disso Anne. Pai, eu vim mostrar a loja para ela, pois ela nunca cá tinha estado. Por isso demorei mais.

Arthur acena com a cabeça, e se aproxima lentamente do filho e eu dou dois passos atrás. Os ouço conversar, quando sinto a mão do pequeno tocar a minha. Olho para ele.

- Você cheira como a minha mãe. - ele fala e eu sinto o meu coração pesar.

- E isso é bom? - me baixo até ficar na sua altura.

- Ela tinha um cheiro ótimo. - e ele me abraça e eu fico sem saber o que fazer, mas aperto o seu corpo no meu.

- Anne. - George desvia o olhar para mim, e quando vê aquela cena, eu tenho quase a certeza que vi lágrimas nos seus olhos. - Você quer conhecer a minha casa?

- Eu não vou atrapalhar? Afinal eu não conheço ninguém.

- Você não atrapalha nunca Anne. - George fala e eu sorrio. Vejo ele voltar a falar com o pai.

- Quer ir para o chão? - falo para o pequeno no meu colo.

- Posso ficar aqui? - eu aceno que sim, e ele volta a abraçar o meu pescoço. Quando vejo que os dois acabam de falar, George estica a mão e eu passo na sua frente, saindo da loja. Eu não sei por que, nem por que raios sinto uma ansiedade enorme.

Depois de aparatamos, quando deixo de sentir tudo à roda, olho para os lados e o que vejo, me deixa encantada.

- É modesta, mas é perfeita. - ouço a voz de George do meu lado e olho para ele, reparando que Arthur entra em casa.

- Eu acho espectacular. Me faz lembrar algo, que eu não sei o que poderia ser.

Ele sorri e agarra a minha mão, e caminha comigo para dentro de casa. Quando cruzo a porta, um cheiro de comida enche os meus pulmões.

Coloco a criança no chão, e a vejo correr até à outra zona. Olho as paredes.

- Ainda é melhor por dentro. - falo e olho para George, ao mesmo tempo que escuto uns passos.

- Mãe. - ele fala e eu viro o meu corpo para o lado, e quando encaro a mulher na minha frente, ela abre a boca mas logo se recompoem.

- Sou a Molly querida.

- Prazer senhora Molly.

- Nada de senhora. - ela fala ao mesmo tempo que dá dois tapas na minha mão, e me encara. - George, podemos falar na cozinha filho?

Ele acena e antes de ir, sinto os seus lábios na minha testa, o que me faz sorrir. Vejo ele ir com a mãe, e volto a olhar o espaço na minha volta. É incrível como eu me sinto como se tivesse em casa, mesmo não conhecendo nada. Caminho pelo espaço e quando dou por mim, estou no andar de cima, em frente a uma porta e tenho um lado que me diz para abrir, e outro para ir embora.

Coloco a mão na maçaneta, e a rodo.

- Anne? - George aparece antes de eu abrir a porta toda, e olha para mim.

- Me desculpe, eu nem sei como vi aqui parar. Parece que conheço isto como as palmas da minha mão.

- Sem problema. Só não sei se o meu irmão está aí, por isso que vim aqui. - ele espreita e abre a porta. - Aqui é o meu antigo quarto.

- Antigo? - ergo a sobrancelha.

- Sim, desde que o meu irmão casou, ele ficou aqui.

- Ah. - mais uma pontada. - Entendi.

Olho as fotos em cima de uma mesa, muitas deles os dois, outras de o George e do filho. Pego numa.

- Ela é mesmo linda. - George olha a foto e desvia o olhar para mim.

- Sim, ela é.

A foto sai das minhas mãos, e as dele tocam as minhas bochechas e os seus lábios tocam novamente os meus. E novamente, parece tão certo e tão errado ao mesmo tempo.

Quando descemos, o jantar já está servido, e eu vejo outra mulher que mal me encara fecha a cara de uma forma fria. Eu olho para George sem entender.

- É a Angelina, mulher do meu irmão. - ele sussurra e eu desvio o olhar dele para o irmão. Quando o seu olhar cruza com o meu, as borboletas voam alto no meu estômago. Desvio o olhar e me sento do lado de George, e passo o jantar em silêncio, somente ouvindo tudo, e não tirando os olhos do prato ou de George.

Estás últimas semanas tem sido de loucos. Eu não sei se é da minha cabeça, da minha intuição, mas eu sinto como se a vida que eu vivo, não fosse a minha real vida. Tudo muito estranho.

Caminho para casa, e cubro a cabeça com um capuz, pois um vento gelado sopra.

- Anne.

Uma voz atrai a minha atenção e eu me viro para trás e encaro o ruivo, agora na minha frente.

- Fred não é? - ele sorri.

A

Mr. Loverman - 2a Temporada / Fred Weasley Onde histórias criam vida. Descubra agora