Cap. 1

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Kate, filha mais nova dentre três bruscos irmãos estreava na sociedade em uma noite estrelada e calorenta. Caster, o irmão mais velho, Henry o do meio e Pieter o caçula olhavam para todos os pretendentes como se fossem a pior ameaça existente e para eles de fato era.

- Por favor, quero casar-me. - Kate sussurrou quase inaudível aos irmãos enquanto atingia Caster com uma cotovelada e nos lábios tentava manter um sorriso.

- Lhe asseguro que nenhum deles lhe é o suficientemente bom minha irmã, ou de certo já lhe teria permitido ser cortejada por algum. - Disse Caster calmamente.

Kate bufou e saiu pisando duro. Não havia pesadelo pior do que ser criada com quatro homens. Sua mãe havia falecido quando ainda era bem pequena, portanto, desde sempre convivera apenas com seus irmãos e seu pai. Pieter fez um leve movimento com a perna, planejava segui-la, mas Henry o segurou.

- Deixe-a respirar, Pit, se ao todo sair de minha visão eu mesmo vou atrás.

A contragosto o caçula assentiu.

A jovem aproximou-se eufórica da imensa janela do salão e abrindo o leque se abanou. Sabia que com irmãos como os que tinha talvez nunca se casasse. Kate respirou aliviada quando Lorde Steven se aproximou. Não era nem de longe o homem mais bonito que já tinha visto, mas era de uma simpatia indiscutível. Ele apontou o olhar para seu cartão de dança. Ela lhe concedeu um sorriso largo e de longe fitou os irmãos com fúria, aquilo foi o suficiente para mantê-los distantes.

- Teria espaço em seu cartão para uma dança senhorita Greenwoodg?

- Ainda há um pouco de espaço, milorde.

O cavalheiro tomou a mão de Kate e depositou um suave beijo ali, os olhos castanho esverdeado da garota estavam presos ao seu. Kate não era considerada o destaque da temporada, mas para Lorde Steve era a mais bela jovem que já havia visto.

Kate deixou que o lorde guiasse seu corpo enquanto fazia um esforço descomunal para não olhar seus irmãos, sabia que se o fizesse se desconcentraria e pisaria nos pés do lorde. Mesmo que estivesse contente por ter sido tirada para dançar Kate agradeceu quando a dança acabou. Ela cumprimentou o cavalheiro e seguiu em passos largos até seu pai, mais largos do que as damas deviam seguir.

- Papai, Henry, Pieter e Caster me deixarão louca. - Ela bufou irritada.

O velho riu da ira de sua filha. Conhecia bem o gênio de seus filhos e sabia que a pequena não estava exagerando.

- O que eles tem feito, meu doce? - Ele perguntou com uma voz suave enquanto enrolava um fio de cabelo solto de sua filha.

- Eles amedrontam todos meus pretendentes papai, me tornarei uma solteirona por causa deles.

- Falarei com eles, prometo-a. - Seu pai disse em meio a uma tosse suspeita enquanto se afastava.

Kate aproveitou que não estava sendo observada por nenhum de seus irmãos e decidiu dar uma volta pelo salão. Havia pensado que sua estreia na sociedade seria magnífica, mas os três haviam sido capazes de estragar a maravilhosa noite que havia sonhado. A dama continuou caminhando sem olhar direito para onde ia, quando de repente seu corpo chocou-se ao de alguém. Kate sentiu um líquido gelado entrar por baixo do tecido majestoso que usava. Ela fez um "o" com a boca enquanto sacudia os braços na tentativa de tirar o excesso de vinho que havia em todo seu vestido.

- Oras, o senhor está cego? - Ela perguntou raivosa. Não estava em seu melhor dia e como se tudo não pudesse piorar, havia piorado.

Kate levantou a visão, e por ora se sentiu desconcertada, mas não demonstraria . O homem riu de sua reação, era de fato um belo cavalheiro, mas talvez prepotente na mesma intensidade. Sua estatura extremamente alta fazia com que Kate tivesse que olhar para cima para melhor visualiza-lo. A pela morena e cabelo preto o davam o ar rebelde enquanto seus olhos magnificamente verdes a encaravam. Ela bufou.

- Gostaria de saber o porquê do senhor estar rindo. Também gostaria de ri. - Ela alfinetou mais uma vez deixando de lado todas as regras de etiqueta que havia aprendido.

Ele arqueou uma ignorante sobrancelha. A garota na sua frente não devia ter mais que dezoito anos, e ainda sim agia como se fosse a mais velha e experiente dentre todas as mulheres. Ela olhava para cima para encara-lo e inevitavelmente Benedict achou isso engraçado, havia tentado segurar a risada, mas era impossível. E mesmo diante de sua risada a garota continuou olhando-o com o mesmo olhar mortal, ela não havia se sentindo desconfortável ou amedrontada, pelo contrário, a dama ergueu ainda mais o nariz arrebitado. Seus olhos castanho esverdeado não saiam de cima do duque.

- Perdoe-me senhori...

- Dopfelth. - Kate ouviu a grave voz de seu pai enquanto ele batia levemente no ombro do homem que a havia derramado vinho. Os olhos de Kate estavam em chamas. O marquês, fitou sua filha. Conhecia bem Kate para saber que a jovem estava maltratando o duque, ele engoliu em seco quando viu quanto vinho havia no vestido da jovem.

- Meu querido Pietro Greenwoodg, a quanto tempo não o vejo. - O duque o saldou sorridente ignorando a presença de Kate.

Meu querido DuqueOnde histórias criam vida. Descubra agora