Cap. 2

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Kate alternou o peso de uma perna para a outra enquanto tentava de concentrar em manter a língua dentro da boca, mas isso era uma das poucas coisas que o pai não havia conseguido ensiná-la a fazer.

- Esse é o glorioso duque que o senhor tanto fala papai? - Perguntou com ironia enquanto mantinha a sobrancelha arqueada.

Ele tossiu, tentando não se engasgar com os maus modos de sua filha. Ele pegou seu braço com rigidez e sussurrou em seu ouvido disfarçadamente.

- Katherine, trate o duque com mais respeito. É um duque e velho amigo.

A dama tentou evitar que seus olhos se revirassem, mas era impossível.

- Minha garganta de repente ficou seca, diferente do meu vestido, se me dão licença. - Kate disse cortês. Em seguida, se virou para o duque e se curvou em sinal de cumprimento. - Vossa graça.

Ela deu de ombros e saiu pisando duro. O duque a observou se afastar, havia um fraco sorriso em seu rosto. Nem de longe a senhorita era como todas as outras garotinhas que estavam debutando, e desde aquele momento percebeu que ela era uma selvagenzinha, fisicamente incapaz de manter a língua dentro da própria boca. O duque foi disperso pela voz do marquês que suplicava desculpa.

- Vossa graça, me perdoe pelo comportamento inadequado de minha filha. Kate anda muito nervosa com os irmãos que não a deixam respirar.

Benedict riu.

- Vejo que a senhorita é de muita opinião. Não me assusta, mesmo que vagamente lembro-me da marquesa.

Benedict tinha apenas oito anos quando a mãe de Kate morrera, mas por Deus, havia tido a chance esplêndida de conhecê-la. Por outro lado, a última vez que vira a temerosa garota que o respondia sem pestanejar e tampouco se importava com seu título, ela era apenas um bebê de colo.

- De fato que sim, minha filha é uma garota de muita opinião. - Pietro estava rubro pelas atitudes da filha e teria uma seria conversa com a garota.

Kate seguiu em passos firmes até seus irmãos que a olhavam confusos, a irmã estava completamente encharcada, seu vestido branco continha uma imensa mancha vermelha e todos a olhavam.

- Quem de vocês pode me levar para casa? - Ela perguntou sem muita paciência.

Henry ergueu a mão direita.

- Que diabos houve com você? - Maldisse Caster. A irmã apenas bufou e enlaçando o braço ao de Henry e começou a caminhar para a saída do salão.

Kate era mais próxima de Henry do que de seus outros irmãos, de certa forma ele parecia entendê-la melhor do que os outros dois. Caster era sempre como um cão de guarda atrás dela e Pieter seguia fielmente os passos do irmão mais velho.

- O que houve? - Henry perguntou fitando-a com seus olhos verdes enquanto o vento balançava levemente seus fios quase loiros.

Kate fez biquinho.

- Minha estreia na sociedade devia ser esplêndida, mas foi um fiasco e além de tudo estou saindo da festa mais cedo por estar ensopada.

- Quem a fez isso? - Ele perguntou calmamente.

- Dopfelth. O duque.

Henry a olhou de imediato, havia estudado com Benedict quando crianças e também em Madri, haviam sido bons amigos por longos anos.

- Duque? Dopfelth está na cidade?

- Não me diga que ... - Ela fez uma pausa solene. - Vocês são próximos.

Henry não a deu importância e prosseguiu.

- Deve ter vindo por causa da morte do duque. Eles nunca foram próximos, pensei que não viria. Duque ... - Ele disse pensativo enquanto ria e tentava assimilar alguns pensamentos. - Quem diria. Vou deixá-la em casa e retorno, preciso vê-lo. Lhe asseguro que o xingarei por seu vestido.

Kate o seguiu completamente indignada pelo fato de que seu irmão fosse amigo de um homem tão arrogante, ela sempre vira Henry como a definição de homem perfeito.

- Como pode ser amigo de alguém como ele? - Ela perguntou enquanto acomodava-se na carruagem.

- O duque?

- Decerto. - Kate respondeu com pouca paciência.

- É um bom homem, apesar de seus defeitos. Ele foi renegado pelo pai quando era um bebê, o duque alegou que a esposa o havia traído pelo fato de ele ter nascido com a pele mais escura do que o restante da família. Mas lhe asseguro que apesar de bom homem, não é homem para você. Antes que pense na hipótese.

Kate engoliu em seco.

- Que horror. De fato, não tenho interesse - Sussurrou e em seguida ficou calada, o silêncio reinou até chegarem em casa. Kate queria saber mais sobre a história do duque, mas não queria parecer demasiadamente interessada, pois não estava.

Meu querido DuqueOnde histórias criam vida. Descubra agora