Lauren Jauregui POV
O jato da Jauregui Corporation tinha feito o seu pouso, estar finalmente em Chicago era ótimo, voltei um dia antes do previsto, deixei tudo encaminhado em NY e agora eu teria que seguir tudo daqui, colocar a equipe de Marketing para trabalhar direto com a equipe que deixei empenhada no Alaska Hotel, na verdade não era necessária tanta gente, mas eu tinha em mente que se todos pensassem juntos tudo seria resolvido da melhor forma possível, precisávamos atrair clientes e investidores, assim a Jauregui Corporation poderia finalmente reerguer o Alaska Hotel sem que eu tenha que demitir meus funcionários ou liquidar todos os meus bens, certamente Taylor não ficaria nada contente com essa segunda opção.
Meu Aston Martin Vantage GT8 de uma serie limitada, já estava devidamente estacionado assim que desci as escadas, minha mala já havia sido colocada no carro e as chaves entregues a mim, não podia negar que ter me tornado a CEO da corporação tinha tido um efeito em mim, acabei levando mais em conta o dinheiro e o que ele poderia me trazer, antes eu pensava como uma garota boba e apaixonada, agora eu sabia exatamente o que queria e como queria.
Estacionei o carro na minha vaga exclusiva sem pensar em retirar a mala do carro não era necessário, a ideia era chegar à empresa e instruir a equipe de marketing e se possível mandar que fossem voando para NY se isso fosse agilizar todo o plano para reerguer meu hotel, uma pequena reunião urgente seria feita, precisava da presença de Taylor, deixa-la a par de toda a situação e recolher algumas assinaturas, embora eu esteja na frente de suas ações, algo em mim queria ter o aval dela para todas as minhas decisões, eu queria que ela visse que eu realmente estava me empenhando em dar continuidade ao legado Jauregui e... E... Espera!
- Hey, o que você faz sozinha nesse elevador? – Olhei-a confusa – Onde estão seus pais?
- Eu não sei, eu não tenho pai – Ela tinha uma voz chorosa, esticou os braços para cima e... O que?
- Espera! Eu não posso pega-la – Ela tinha o olhar choroso e fez bico, peguei-a no colo – Qual o seu nome criança?
- Ellie – Ela fungou enxugando suas lágrimas e me olhando fundo, seus olhos eram tão verdes quanto os meus e sua feição não me era estranha, seus cabelos eram negros e existia uma pose durona ali – Ellie Cabello – Concluiu.
- Cabello? – Fez que sim com a cabeça – Sua mãe se chama Camila, pequena? – Ela assentiu.
- Eu quero a mamãe – Voltou a chorar, mas que tipo de mãe deixa a filha sozinha? Espera, por que ela trouxe uma criança para o trabalho?
- Certo, se você parar de chorar poderá vê-la em um instante – Mas por que essa criança parecia tanto comigo quando tinha sua idade? Espera, qual sua idade? Cinco? – Estamos quase lá, olhe aqui – Apontei para o painel do elevador – Se você olhar bem, quando chegar ao número 10 você poderá ver sua mamãe – Tentei dar o meu melhor sorriso, mas não consegui.
Eu estava nervosa com aquela criança pregada em mim como um coala, não que eu fosse contra crianças, mas confesso que também não era a favor delas tanto assim para ter uma pregada em mim, o pensamento de ter uma família para chamar de minha havia ficado para trás, nunca mais pensei sobre o assunto, olhei para a parte do elevador que era espelhado e foi no mesmo momento em que a menina se virou e encontrou meu olhar, mas que porra é essa?
Quando finalmente o elevador parou no meu andar sai desesperada a menina se agarrava ainda mais em mim, pelo menos não estava mais chorando, tentei coloca-la no chão e mesmo que eu tenha tirado minhas mãos que estavam apoiando-a eu tive consciência de que a menina não precisava de amparo já que ela estava segurando tão forte em meu pescoço, com aquelas pequenas pernas enroladas em mim que ela mesma estava se segurando, firme e forte.
Olhei ao redor e não achei a maldita da minha secretária, parei em sua mesa e disquei o número do Rh, de alguma forma Taylor estava ciente do sumiço dessa criança e estava a caminho com a mãe que devido aos gritos abafados no telefone pude entender que estava aliviada, mas com toda certeza eu não estava, seus sapatos estavam sujos e meu terno obviamente também estava, além de amassado, tentei falar com a voz amena que a mamãe dela estava a caminho, mas me dei conta que eu estava falando para mim mesmo tentando manter a calma, estava de costas para o elevador passando a mão de leve nas costas da criança que havia voltado a chorar.
- Mi amor! Donde estaba? – Ouvi aquela voz logo atrás de mim com aquele pequeno sotaque, demorei um segundo tomando coragem e virei.
- Karla? – Perguntei assustada.
- Mamãe! – A menina gritou e se remexeu para sair do meu colo, coloquei-a no chão atordoada e ela saiu correndo, abraçando a mulher.
A mulher a minha frente estava estática não acreditava no que ela estava vendo e com toda certeza eu também não, o tempo não a fez mudar muito continuava a mesma Karla, seus cabelos estavam um pouco mais compridos e certamente a gravidez tinha sido bem generosa com seu corpo, Karla tinha grandes curvas evidentes, havia se tornando uma mulher ainda mais atraente, traguei saliva ao pensar. Taylor olhava toda a situação e eu tentava entender por que diabos aquela criança parecia comigo e chamava Karla de mamãe, até que... Merda.
- Mamãe, eu estava com medo – Ela falava com Karla que não parava de me olhar, Taylor não se mexia e parecia não entender a situação.
- Calma mi amor, não deveria ter saído da creche – Aquela situação estava fora do meu controle e isso não estava acontecendo, era algum sonho só pode, ouvir aquela voz com aquele sotaque fez meu coração errar as batidas.
- Lo siento mamãe – A menina fungou em seu pescoço, Karla deixou seu olhar do meu e afagou o cabelo da criança, cheirando-a.
Depois de alguns minutos olhando aquela situação e notando o olhar de angustia que Taylor jogava para cima de mim, notei que ela não sabia o que fazer ou falar, mas acho que temia por sua funcionária, afinal a filha dela foi pega pela chefa correndo por toda a empresa, mas naquele momento não era sobre isso que eu estava pensando e me dei conta que Taylor não tinha ligado os pontos.
- Senhorita Cabello – Pigarreei – Entregue Ellie para Taylor – Karla se agarrou mais em sua filha, me olhando e ameaçando do jeito que só ela sabia fazer, pelo visto nada mudou, contive um sorriso.
- Não ouse – Ela rosnou dando um passo a frente.
- Entregue a menina para Taylor e entre na minha sala agora Karla, nós temos que conversar – Rosnei baixo, de alguma forma não queria assustar a menina.
- Vamos Mila, eu fico com ela no Rh prometo, eu a trago assim que vocês terminarem de conversar – Taylor olhou para ela pedindo desculpa e soltando um "confie em mim" sem deixar sua voz sair, Karla entregou a menina e eu fui para minha sala.
Com as mãos tremulas enchi um copo de uísque e retirei a parte de cima do meu terno que estava totalmente amassada e suja por causa dos sapatos de minha filha, engoli em seco ao pensar nessas palavras, abri três botões da minha camisa branca e enrolei as mangas deixando em vista meu relógio de quase dez mil dólares, merda, um relógio caro desse, o carro mais rápido que eu já tive o prazer de dirigir, tudo do bom e do melhor e uma possível filha que eu não sabia que tinha que estava usando roupas surradas e um sapato velho, mas que diabos estava acontecendo? Por que minha filha não estava usufruindo de tudo que posso dar a ela? Tomei o uísque em um longo gole, me servindo de outro copo notei que Karla estava finalmente entrando no me escritório fechando a porta, enchi um novo copo e deixei do seu lado da mesa ainda sem olha-la, ela se acomodou e também tomou tudo de uma vez, enchi novamente.
- Ela é minha? – Perguntei sentando em minha cadeira e finalmente achei seu olhar.
- Isso não importa – Ela deu de ombros e bebeu de novo.
- Ela é minha? Não me faça perguntar de novo – Rosnei baixinho.
- Sim – Seu olhar se perdeu longe do meu, apoiei a cabeça com as mãos entre os cabelos.
- Por que eu só estou sabendo disso agora? Sabe o quanto eu desejava ter uma família com você – Soltei sem mais nem menos, aquilo estava doendo, doía como o inferno, minha vida poderia ter sido diferente, a nossa vida poderia, nunca achei que voltaria ver Karla e fazer isso conhecendo uma filha que eu não sabia que tinha foi a coisa mais difícil que eu já tive que encarar depois da sua partida.
- Michael – Olhei-a confusa.

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Reticências - G!p (Camren)
FanfictionDepois de perder seu grande amor sem nenhum aviso prévio, Lauren se torna uma pessoa fria, sentindo que falta alguma coisa em sua vida ela resolve voltar para sua cidade natal onde toma posse de toda a fortuna destinada a ela e para sua surpresa des...