Capítulo 12- Tudo bem, estou aqui

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Em vez de dormir dentro da barraca, Yuriel encostou-se em uma das árvores e engoliu seus comprimidos para dormir lá, alegando que sua habilidade só funcionaria se ela dormisse exposta ao perigo.

Os efeitos das pílulas para dormir duraram cerca de duas horas. Por aquelas duas horas, Yuriel ficou completamente vulnerável.

O remédio era forte a ponto de ela não sentir nada mesmo se fosse apunhalada por uma espada. Yuriel adormeceu no momento em que tomou as pílulas e ficou totalmente indefesa.

Os cavaleiros olharam para a mulher que dormia profundamente contra uma árvore.

A tensão normal antes de uma batalha foi redirecionada para Yuriel. À primeira vista, uma mulher desmaiada com o pescoço exposto em um local de instintos primitivos transbordantes parecia uma presa fácil.

"Não chegue muito perto."

"Comandante Raphlet."

Raphlet, que estava um pouco longe do lado de Yuriel, bloqueou a abordagem cautelosa de um cavaleiro.

"Ninguém deve se aproximar de Yuriel até que ela acorde."

"M-mas não seria muito perigoso deixá-la sozinha assim? Os cavaleiros podem se revezar na guarda - "

"Será o suficiente comigo sozinho", Raphlet disse em voz baixa.

Intimidado pela aura feroz que saiu de Raphlet, o cavaleiro recuou.

"Sim senhor."

E assim que o fez, a aura afiada que irradiava de Raphlet silenciosamente diminuiu. Raphlet mandou de volta todos os cavaleiros próximos e ficou ao lado de Yuriel, protegendo-a sozinha.

◈❖◈

" Ugh..."

Esfregando os olhos, Yuriel levantou-se e tirou o relógio que pegou emprestado de Helio. A agulha indicou que eram seis horas.

Ela tinha tomado os comprimidos para dormir às 13h.

Agora, ela estava no meio de um sonho e eram 18 horas.

"Seis horas."

Yuriel repetiu o tempo em voz alta e examinou os arredores. As tendas montadas pelos cavaleiros estavam intactas e ilesas. Parecia que ainda não havia luta contra os monstros.

Ela desceu da árvore em que estava apoiada e olhou em volta com cautela. Não havia nenhum monstro avistado.

Depois de endireitar as costas e olhar ao redor, Yuriel encontrou vestígios de um monstro deixado para trás no chão.

Pegadas com garras divididas em duas estavam espalhadas esparsamente na terra. As marcas não estavam lá antes de ela dormir.

"Mas por que não está aparecendo?"

Normalmente, um monstro viria encontrar Yuriel assim que seus sonhos começassem. Ela sempre terminaria morrendo indefesa e então acordaria do sonho.

Não houve exceções.

Traçando as pegadas do monstro com os dedos, Yuriel pensou consigo mesma.

Por que o monstro não está aparecendo? Ou é porque estou perto dos cavaleiros?

Yuriel engoliu em seco de nervosismo enquanto olhava para as pegadas que parecem levar a algum lugar.

Se não vai sair, terei de ir e encontrar sozinho.

Ela tinha um palpite de que o importante neste sonho era o final, e não o processo. Ela encontraria o monstro e o sonho terminaria com sua morte.

Concluindo seus pensamentos, Yuriel se levantou.

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