Reflexos

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O tempo estava passando e não era irônico falar que o logo o tempo iria acabar, Beatrice e Cuco já estavam desanimados de tanto procurar sem encontrar nada. Beatrice ficava confusa toda vez que perguntava alguma característica da amiga do Sr. Cuco uma vez que as respostas dele eram coisas como: Única, importante, especial, alegre e "final de mês".


– Acho que tenho que ir embora Beatrice. – Disse o Cuco.

– Tudo bem. – Ela respondeu enquanto eles caminhavam. – Foi divertido.

– Foi mesmo. – Eles estavam passando em frente a uma loja com grandes vidraças espelhadas quando o Cuco de repente parou. – Ei Beatrice.

– O que foi Sr. Cuco? – Ela perguntou parando de andar também.

– Você é muito especial. – Ele disse sorrindo para a menina.

– Obrigada Sr. Cuco. – Ela ficou vermelha e sorriu.

– Não, acho que você não entendeu. – Ele então se abaixou até ficar da altura dela. – Você é uma menininha incrível e cheia de força, obrigado por me ajudar a encontrar minha amiga.

– Eu que agradeço, foi divertido procurar com o senhor.

– Beatrice, posso perguntar uma coisa?

– Claro senhor.

– Você está triste, não está?

– Um pouco... – Ela respondeu desviando o olhar.

– Porque?

– Porque eu vou voltar a ficar sozinha. – Os olhos da menina marejaram. – É muito triste ninguém se importar com você, mesmo você estando ali bem ao lado eles não reparam em mim. Ninguém para pôr um segundo para ver nada, eles estão muito preocupados consigo mesmos e nem percebem as coisas passando.

– Mas você sabe que você é importante mesmo assim, não é? – Ela começou a chorar. – Não chore pequena, você tem sua importância, mesmo que ninguém veja isso e passem sem perceber isso. – Ele então sorriu.

– Desculpe por chorar.

– Tudo bem chorar.

– Desculpe por não encontrarmos sua amiga.

– Você precisa parar de se desculpar. – Ele então riu. – Mas não se preocupe, eu a encontrei sim.


Ele então virou a menina para a vidraça espelhada, o reflexo era dele agachado, mas ao seu lado havia uma linda mulher sorridente e luminosa, com olhar forte e um sorriso contagiante. A menina olhou para o reflexo e para si mesma repetidamente até ela entender, a garotinha começou a mudar e então com um clarão luminoso ela se tornou a mulher no reflexo e até suas roupas mudaram para um vestido todo branco.


– Como? – Perguntou ela.

– O reflexo. – O Cuco apontou para a vidraça. – Os espelhos desse mundo refletem quem nós do mundo imaterial realmente somos.

– Mas como me achou aqui?

– Foi o único lugar que ninguém procurou. – Ele sorriu gentilmente com seu rosto enrugado. – Então eu vim procurar.

– Você... veio por mim. – Então a mulher sorriu.

– Todos foram procurar você. – Ele então estendeu o braço para mulher. – Agora vamos, o Tempo espera por nós.


Ela enganchou seu braço no dele e eles seguiram a diante.

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