𝓜𝖺𝗌𝗄𝖾𝖽 𝗅𝗈𝗏𝖾, 𝗯𝗮𝗻𝗴 𝗰𝗵𝗮𝗻.

OO3. if u drink, don't date.

— Caraca — Akemi interviu sorrateiramente — A cena tá tão boa que eu já escuto o barulhinho de comercial chegando.

— Bom, foi ótimo ver você de novo, Chris — Saori disse por fim, com um sorriso sem mostrar os dentes.

— Ah, bae, fica, vai — simplesmente não conseguia chamá-la pelo nome — Vamos colocar a conversa em dia, tomar um vinho juntos, o que acha?

    A garota de cabelos escuros parecia estar com suas engrenagens á todo vapor, pedindo para que elas fizessem mais barulho para que não ouvisse o coração.

— Não precisa ser nada demais, que tal? — sugeri, antes que a mesma pensasse demais — Só bons e velhos amigos se reencontrando e relembrando a época da faculdade.

    Vou fingir que a "época da faculdade" não passamos apaixonados, tão dependentes um do outro que nem lembrávamos o que raio fizemos na faculdade.

   Ela sorri de lado, e me olha com um daqueles olhares sugestivos e esguios, onde seus olhos puxadinhos me encaravam astutos.

— A época da faculdade que passamos grudados um no outro, você quer dizer, Christopher? — pergunta ela, sarcástica.

— Não vejo nada demais — respondi sorridente.

     Saori pareceu relutante por instantes, o que a fez direcionar o olhar à sua amiga como ideia de consolo, e logo suspirar apenas sacudindo a cabeça em afirmação.

[...]

     Agora todos reunidos na mesa redonda em meio ao salão, eu degustava aos poucos o vinho Malbec que nos foi entregue. Saori brincava com o líquido escuro em sua taça, ChangBin assistia as pessoas dançarem em pares pelo espaço e Akemi e Jisung jogavam conversa fora.

— Como tem estado, ba... Saori? 

   Terra chamando Christopheeer.

— Ah, acabou que tudo está dando certo — ela abriu um sorriso fraquinho — Consegui me formar, já estou atuando e juntando uma graninha pra comprar a própria casa agora.

— Ah, vendeu aquela lá no Japão? — aquela lá que moramos juntos, eu quis dizer.

— Não, na verdade, papai e mamãe foram para lá, não estão mais aqui na Coréia — ela deu mais uma golada em seu vinho escuro.

— Ah, sim, que bom — sorri — E...

   Não faz isso, não faz isso, não faz isso.

— Já me superou? — disse por entre um sorriso ladino, colocando a taça entre meus lábios para degustar o vinho — Porque eu achei que já tinha, até te ver agora.

   Merda, eu fiz isso.

   A japonesa, por sua vez, não aguentara sua risada por mais que tenha tentado contê-la cobrindo a boca com as mãos.

— Nossa, o vinho desceu quadrado — ela começou a tossir, dando pequena batidinhas no peito.

    Assistia-a em silêncio, com um sorriso minguante nos lábios. Eu nunca cansava dela, que droga.

— Prefiro ficar quietinha, Chris — ela fitara meus olhos com firmeza — Não vou agir na emoção como fizemos daquela vez.

    A morena encara meus olhos com intensidade, e eu a encaro de volta. Eu estava doidinho pra agir na emoção como fizemos daquela vez.

— Que piada — o Seo se intrometeu, enquanto dava um gole cheio em sua taça de vinho — Quem vê pensa que não estão parecendo dois cachorrinhos abanando o rabo um para o outro.