Train Wreck

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          ⚠️  ⚠️  ⚠️ Gatilho ⚠️  ⚠️  ⚠️
(agressão, homofobia, ansiedade, suicídio)

1995- 11:11

-Luke-

Eu corro pela pequena floresta em meio a chuva apavorado, segurando o choro e rezando para chegar a tempo. Eu não posso perdê-lo.

-1995- Domingo 08:30

-Alex-

E-eu não aguento mais, meu coração bate tão forte no meu peito que eu acho que ele vai explodir a qualquer momento, sinto meus dedos formigarem pela falta de ar e minha visão embaçar, tudo que eu queria agora era sumir.
Em poucos segundos a pele do meu braço estava avermelhada e pouco tempo depois já sinto o sangue se acumular por de baixo das minha unhas, mas não consigo parar.

Como eu pude ser tão idiota em pensar que meus pais não descobriram sobre o Luke?
Lógico que eles iram ficar sabendo, as pessoas falam, os vizinhos são fofoqueiros e o pessoal da igreja ainda pior, lógico que iram me ver segurando a mão dele enquanto andávamos pelo píer próximo de casa ou o mais provável, ver ele saindo escondido da minhas casa essa manhã. AARG EU SOU TÃO BURRO! É tudo culpa minha, eu devia ter deixado ele ir embora de madrugada mas NÃO, a besta aqui tinha que pedir pro namorado cantar uma música antes dormir. EGOÍSTA!

Já não basta foder com a minha vida, eu ainda tenho que levar uma das pessoas mais importantes da minha vida junto, eu sou uma péssima pessoa e como meu pai disse "uma decepção, uma aberração, um desperdício de espaço".

Afundo meu rosto ente minhas mãos e grito o mais forte que posso, sentindo minha garganta doer sem me importar com o corte nos meus lábios e na minha bochecha, ou a marca dos dedos do meu pai ao redor do meu pescoço, que ficavam mais e mais visíveis a cada minuto.

Como um dia que começou tão bom, virou esse desastre em menos de 1 hora?!
Em um minuto eu estava descendo as escadas com um sorriso no rosto, feliz por ter acordado ao lado do homem que eu amo, e no outro meu pai agarrava meu cabelo e empurrava minha cabeça contra uma fotografia na parede.

"SEU MERDA! VOCÊ TROUXE OUTRO FODIDO PRA DENTRO DE CASA E DORMIU COM ELE DEBAIXO DO MEU TETO?! VOCÊ REALMENTE É UMA VADIA!"

Sua voz ecoava na minha cabeça, o ódio e o nojo que ele exalava chegavam a ser assustadores, eu podia escutar os gritos da minha irmã e minha mãe mas não podia fazer nada, assim que senti o primeiro soco no abdômen, perdi o fôlego, o segundo e terceiro foram rosto.
Olhei pra cima e não reconheci o homem na minha frente, mesmo com suas habituais roupas de igreja e o crucifixo no peito, tudo que eu via era um monstro.

Ainda sinto o gélido do anel na pele da minha bochecha, o gosto metálico ainda na garganta e seus dedos firmes ao redor do meu pescoço me levando a quase inconsciência, enquanto sussurrava ameaças no meu ouvido.

"Você vai ver o que eu vou fazer com o seu namoradinho, outro nojento que só trás decepção pra família, igual você! É por isso que estão juntos? Dois viadinhos carentes. Da próxima vez que eu ver ele eu prometo pra você" seu tom ficou mais sombrio "Eu mato ele" ele sorriu "e você sabe que eu não estou falando isso só para te assustar" seu rosto se aproximou do meu "Eu vou mata-lo! E vou fazer você assistir, porque a culpa é sua"

Seu aperto ficou mais forte eu estava quase desmaiando, quando senti um tranco e desabei do chão, minha irmã tinha empurrado ele e estava vindo na minha direção com os olhos vermelhos, mas foi impedida pelo meu pai que a segurou forte  pelo braço, fazendo meu sangue ferver.

Wher's My LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora