"- Claro, benzinho. Vai ser um prazer.
Usei minha total ironia nas palavras, e ouvi sua risada. Era tão debochada! E me deixava doido, em todos os sentidos nos quais a palavra poderia se encaixar."
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— Não consigo passar o hidratante nas costas, que tal me ajudar?
Sua voz era tentadora, tão tentadora que fodia lentamente com o meu psicológico. A bendita provocadora, como sempre.
Bendita princesa!
Ela sabia, tinha a plena consciência que eu não poderia toca-la de um modo desrespeitoso no ponto de vista da sociedade até o nosso casamento, e fazia de tudo para me provocar. Nos casaríamos em menos de duas semanas, e ela tentava de tudo para acabar com esse casamento.
No começo, admito que até mesmo pensei em ajuda-la com o plano de separação, mas desisti quando ela preferiu começar suas travessuras sem nem mesmo me avisar, como se eu tivesse culpa. Agora? Eu quero me casar, somente para ver a cara dessa princesinha quando o padre nos declarar "marido e mulher" perante a sociedade francesa.
— Claro, benzinho. Vai ser um prazer.
Usei minha total ironia nas palavras, e ouvi sua risada. Era tão debochada! E me deixava doido, em todos os sentidos nos quais a palavra poderia se encaixar.
Saí do banheiro da suíte que compartilhávamos. As regras eram tão idiotas! Nada de sexo, mas precisávamos nos acostumar com a presença do outro dividindo o quarto.
Meus olhos se focaram na garota esparramada na cama. De bruços, com os cabelos presos em um coque alto e bonito. O corpo estava parcialmente amostra, sendo apenas escondido por uma calcinha negra tão pequena que, por Deus, aquilo deveria ter sido feito com a função de tirar totalmente a sanidade da outra pessoa. Se concentrava, parecendo ler um livro de um modo calmo e distraído.
Me aproximei, pegando com toda a rudez a embalagem que mantinha o creme. Ela sorriu tão descaradamente, como se não estivesse transformando a minha vida num inferno para impedir esse casamento.
— Talvez seja melhor você subir na cama. Vai facilitar o trabalho pra você.
— Querida, eu sei como facilitar meu trabalho. Apenas... me deixe te ajudar, tudo bem?
— Claro.
Revirou os olhos discretamente e os delicados cílios se moveram, em um balanço suave. Sorri, de um modo convencido antes de subir na cama. Fiquei de joelhos entre suas pernas, enquanto ela permanecia de bruços. Despejei o creme sutilmente rosa com um cheiro adocicado por suas costas, e em seguida, esparramei-o por ali.
— Esparrama mais, gosto da minha pele macia.
Subi minhas mãos até seus ombros, esparramando ao máximo o bendito creme. Apertei sua pele com ambos os polegares, em uma caricia. Ela suspirou.
Talvez eu devesse provoca-la...
Massageei sua pele com a ponta dos dedos, sentindo-a parecer relaxar o corpo. Assustei-a ao deslizar minha mão até o meio das suas costas, arrastando a ponta do dedo pela sua espinha até a barra da calcinha que usava.
— O que você está fazendo?!
— O que você pediu, esparramando o hidratante.
Brinquei com a ponta do indicador, deslizando-o por toda a barra da calcinha, de um canto ao outro. Ela se mexeu sobre a cama, e percebi que soltara um suspiro. Dei um sorriso, estava atingindo meu objetivo.
Espalhei um pouco do hidratante sobre suas coxas, surpreendendo-a. Apertei-as levemente enquanto esparramava-o por ali. Ela suspirou baixo quando minhas mãos subiram, quase tocando sua bunda.
— Mais pra cima.
Sorri.
— Acho que já terminei por hoje.
Me levantei, guardando a embalagem sobre a mesinha. Ela virou o rosto para me encarar, parecendo perplexa e desacreditada. Dei um sorriso antes de contornar a cama, me deitando ao seu lado.
— Talvez o feitiço tenha virado contra o feiticeiro, benzinho.
Pisquei para ela, e me virei de lado. Ouvi-a me xingar baixo e ri.
