Prólogo

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Rafaelle aos 14 anos

Acordei com água sendo jogada sobre mim. Tossi e rolei no chão, mas Marco não deixou que eu me recuperasse, chutou meu estômago.

― Seu moleque, não devia me desobedecer... ― rosnou furioso. ― Com isso, farei com que nunca mais me enfrente.

Cada palavra que dizia era seguida por socos e chutes dele. Toda minha carne se deteriorava, mas não gritei; não lhe daria esse gostinho.

― Eu lhe dou tudo, e você ainda ousa ir contra minhas ordens! ― Senti algo batendo em meu nariz. A dor me fez ver estrelas e cortou minha respiração um segundo.

― Pare, você vai matá-lo! ― gritou mamãe.

Pisquei, vendo-a entrar na minha frente.

― Isso é sua culpa! Fica ensinando-os a ser bons para todos... ― sibilou, esbofeteando o rosto dela, que caiu na minha frente.

― Não toque nela, seu desgraçado! ― gritei enfurecido. ― Eu o odeio!

― Isso, sinta só ódio na sua vida, não outra coisa! ― Pegou os cabelos da minha mãe, tirando-a de perto de mim. ― Você precisa ser quebrado, só assim vai dar valor ao que tem.

Um gelo desceu por minha coluna. Temia que viesse a matar minha mãe.

― Deixe-a aí e fique comigo, não a machuque! ― implorei.

― Homens não imploram, Rafaelle, eles matam! Vou te ensinar isso. ― Puxou o vestido da minha mãe, rasgando a parte de cima.

― Não toque nela! ― Tentei ir até eles, mas meus músculos estavam travados devido à surra. Minhas costelas e outras partes do meu corpo deviam estar quebradas, pois eu não conseguia me mover.

― Ela é minha esposa, faço o que eu quiser! ― Debruçou-a sobre uma das mesas de tortura que tinha ali e desabotoou suas calças.

― Não, por favor, não a toque! ― Chorei.

Ele se enfureceu e veio até mim, segurando minha garganta e a apertando com tanta força que o meu oxigênio se esvaiu.

― Homens não choram! Eles fazem outras pessoas chorarem! ― rugiu no meu rosto.

― Faço qualquer coisa, mas não o mate! ― Mamãe estava ali, ao meu lado. ― Ele está ficando roxo! Solte-o!

Suas mãos sumiram, e pude respirar de novo e ver o que ele pretendia fazer com minha mãe, mas, antes que eu suplicasse mais, um chute seu me fez ver estrelas, e a escuridão me assolou. Se fosse a morte, seria bem-vinda.

Rafaelle, Máfia Destruttore 3Onde histórias criam vida. Descubra agora