Capítulo 2- Negação

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*Grizz On*

Sabe quando você olha para uma pessoa e acaba pensando em todos os obstáculos e adagas que você passou com ela para chegar aonde vocês chegaram? Os perrengues e empurrões que a vida simplesmente dá num simples dia chuvoso e nublado de Domingo? Você já parou para pensar que talvez você seria outra pessoa se não estivesse com esse outro alguém ali, naquele devido momento e lugar, olhando para aqueles olhos brilhantes e de um coração vasto de bondade e felicidade?

Eu penso tudo isso quando olho para Sam e Josef. O amor que eu sinto por eles é tão grande que chega até doer o meu peito e se pararmos para pensar em uma pequena fração de segundo, nada mais importa do que a nossa própria felicidade e subjetividade, testado em um profundo autoconhecimento de equilíbrio e prazer onde você não só nunca quer parar de viver aquilo, mas tem medo que aquilo tudo um dia acabe. E o pior é que um dia vai acabar, de certa forma.

Na realidade, nada é para sempre. Tudo acaba. Tudo tem que acabar. Todavia, a negação não é uma poça d'água. É um oceano. E como podemos fazer para não nos afogarmos? Podemos boiar de barriga para o grande céu azul, onde você vive não só uma grande determinante libido de felicidade, mas também o mais profundo medo de deixar ir, de soltar a mão.

O que eu quero dizer com essa pequena reflexão da realidade e também de um pouco da imaginação, é que tanto Sam quanto Josef sabem como tocar no meu mais profundo interior, na parte da minha alma onde eu não sabia como encontrar, mas que em determinados momentos, sabia que estava lá. Então, o único lado bom da queda livre é dar, a quem nos ama, a chance de nos pegar no colo.

E foi isso que eu fiz com eles, fui isso que eu sempre busquei em toda minha vida, o amor. A chance de ser amado. A chance de amar alguém. Sam iluminava minha vida, mas Josef era laterna do meu espírito.

Na vida, apenas uma coisa é certa, além da morte e dos impostos. Não importa o quanto você tente, não importa se são boas suas intenções, você cometerá erros. Você irá machucar pessoas. E se machucar. E se algum dia você quiser se recuperar... Há apenas uma coisa que pode ser dita... Esquecer e perdoar. É isso que dizem por aí. É um bom conselho, mas não muito prático. Quando alguém nos machuca, queremos machucá-los de volta. Quando alguém erra conosco, queremos estar certos. Sem perdão, antigos placares nunca empatam, velhas feridas nunca fecham. E o máximo que podemos esperar é que um dia tenhamos a sorte de esquecer.

A forma reflexiva que eu comecei a contar a história da minha vida não é para deixar o conto mais bonito ou um texto mais fluido, mas sim para se identificar com o mundo em que vivemos e o mais importante, se identificar consigo mesmo.

Essa é a forma com que eu vejo tudo ao meu redor, todas as pessoas, as constelações e talvez até um ser onipresente. Essa é a forma como que eu vejo Sam e Josef, minha família. A maioria das pessoas podem dizer que sou louco por talvez pensar assim, mas é como diz aquele ditado: "Passarás de louco e o mundo ganharás".

Ao final do dia, quando tudo termina, tudo que a gente mais quer é estar perto de alguém. Então essa coisa onde a gente mantém distância e finge não se importar com os outros é geralmente uma besteirada. Então nós escolhemos aqueles que queremos permanecer próximos e, uma vez que escolhemos tais pessoas, tendemos a manter contato. Não importa o quanto machuquemos elas, as pessoas que ainda estão contigo ao final do dia são aquelas que se vale a pena manter. E, claro, às vezes próximo pode ser próximo demais. Mas, às vezes, aquela invasão de espaço pessoal pode ser exatamente aquilo que você precisa.

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Laços - 10 anos depois (A História De Sam e Grizz)Onde histórias criam vida. Descubra agora