Parte 12

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Menos de 24 horas para o roubo ao banco - Any Gabrielly

Depois da frase climática do Beauchamp não nos falamos mais (exceto pela pequena reunião que teve para relembrarmos o plano).

Eu acordei 5 horas da manhã por causa de uma ligação da Sabina, pensei em recusar mas sabia que se eu fizesse isso seria pior.

— Any... — Ela disse em um tom triste. — onde você tá? Por favor, me responde.

— Por que tá falando assim? — Tentei criar uma risada inexistente para parecer que estava tudo bem. — Eu já disse que estou dormindo na casa de uma amiga.

— QUE AMIGA GABRIELLY?!! — E a voz chorosa se misturou com uma alma irritada. — PASSA O TELEFONE PRA ELA ENTÃO!

Um arrepio surgiu no meu corpo mas comecei a caminhar de volta para o quarto para “minha amiga” falar com ela.

Hina estava se espreguiçando sentada na sua cama quando entrei.

— Fala que você é minha amiga de muito tempo e está com problemas, por isso eu vim te ajudar. — Disse em um sussurro e depois passei o telefone pra ela.

O rosto da Hina tinha uma expressão assustada/confusa mas ela pegou o celular e ligou o modo atriz que eu não sabia que existia nela.

— Com quem falo? — Hina perguntou para Sabina. Sabina falou algo que eu obviamente não entendi e Hina respondeu: — Opa garota! Acalma o facho aí, eu sou uma amiga da Any, a pergunta certa é quem é VOCÊ.

Eu olhava pra Hina e tentava imaginar como ela se sentia em relação ao que aconteceu com o Beauchamp e a irmã dela, mas eu não iria perguntar, seria desconfortável pra ela.

— Não se preocupe, a Any vai voltar amanhã de tarde e você vai poder fazer todas essas perguntas pra ela. — Hina diz e depois se despede de Sabina.

— Obrigada. — Eu peguei o telefone e depois dei um abraço nela.

— Eita, já começou a pegação aqui. — A voz do Noah surgiu no quarto.

Olhei feio pra ele e depois ele disse para descemos para uma reunião.

— O QUÊ?! — Eu gritei indignada e Hina apenas bufou de raiva. — Mas ainda nem deu 6 horas da manhã e vocês já querem fazer um descusinho?

Vocês não! BEAUCHAMP vai fazer um descusinho, eu vou ficar ouvindo enquanto morro de fome assim como vocês. — Ele cruzou os braços e depois saiu.

(...)

Lá em baixo (sala de reunião em que cabia todos – ou quase – os membros da gangue) todos estavam sentados em sofás, cadeiras, e alguns tiveram azar em ficar em pé.

— Nessa mesma sala nós planejamos e relembramos o plano, mas se acalmem, não vou relembrar porra nenhuma pra vocês hoje. — Beauchamp que estava no centro de todos disse e alguns deram um grito de felicidade. — Só vou dizer algumas coisas óbvias mas que algumas pessoas burras não devem saber. — Belo jeito de chamar seus “colegas” de trabalho. — Primeiro: Se algo der errado nós vamos manter a calma e pensar em um plano, SÓ ISSO. Nada de improvisações ou desistir. Segundo: Se a merda se chamar “polícia de Los Angeles” e ela pegar um de nós, NINGUÉM vai voltar pra salvar o amiguinho. Amiguinho foi pego porque foi lesado, isso vai ser problema dele, não banque um de herói ou heroína. Terceiro: Se alguém... — Josh começou a falar devagar e com os olhos diretamente em mim, aquela mensagem deveria ser específicamente pra mim. — for pego, a pessoa não vai dizer NADA pra polícia; caso contrário, eu GARANTO que sua mãe, seu pai, sua tia, seu tio, sua irmã irmão, seu cachorro, gato, papagaio, e até mesmo o periquito vai acabar com um tiro na testa.

O clima da sala ficou tenso; eu descruzei os meus braços e logo depois Hina entrelaçou os dedos comigo como forma de apoio.

      12 horas depois...

— Todos estão prontos? — Beauchamp perguntou antes de sairmos da mansão e ir para o carro.

Todos estavam vestidos de preto. A calça preta (legue) entrava dentro do sapato que era totalmente preto sem nenhum tipo de marca estampado; nossa blusa preta estava sendo coberta por um casaco preto sem estampa mas com um capuz que servia para ninguém ver o nosso cabelo; luvas pretas, e por fim, uma máscara que não tinha desenho algum, apenas furos para o olhos e vários buracos pequenos centralizado na região da boca para respirar e a voz sair com mais facilidade.
Na nossa perna tinha uma pistola escondida e carregavamos uma arma bem grande nos braços.

Todos já estavam dentro do carro, mas Beauchamp fez questão de não me deixar entrar  com eles para termos uma conversinha.

— Me escuta bem Gabrielly... — Eu sabia que não viria coisa boa só por causa desse começo, e eu estava certa. — Lá vai ser cada um por si, esquece geral, menos eu é claro — É claro que ele tinha que dar esse parênteses no final, é bem Beauchamp mesmo. —, você é diferente, você é bondosa, mas é isso que pode e provavelmente vai custar sua vida. Lá você não será Any Gabrielly, você vai ser a Soares, a gangster do grupo mais perigoso de LA.  — Ele piscou pra mim e depois colocou a mão nas minhas costas me impurrando para o carro. — E vê se não faz merda. — Ele completou antes de abrir a porta do carro e entrar.

A sensação de estar indo roubar o banco é como a de um primeiro encontro, ou a primeira vez na montanha russa, ter um ataque cardíaco enquanto volta correndo para a sua cadeira porque algum desgraçado brincou que a diretora estava vindo.

Se eu tivesse que descrever esse roubo com uma palavra eu falaria que ele é… suicida.

[…]

E se eu tivesse que descrever o próximo capítulo eu descreveria como “emocionante”.

Obrigada por ler até aqui e se gostou vote no capítulo 💕

𝕆 𝔻𝕖𝕡𝕠𝕚𝕞𝕖𝕟𝕥𝕠  •『ℬ𝓮𝓪𝓾𝓪𝓷𝔂』Onde histórias criam vida. Descubra agora