Âmbar

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XXXXX,

   Não sei se você pode me ver agora. Ou se está lendo isso. Não sei oque acontece depois que morremos... mas, preciso te contar algo.

    Quando nos encontramos pela última vez, eu havia mentido pra você, quando disse que não me lembrava.

Eu me lembro de você.  Todas as horas, e todos os minutos e segundos do meu dia. Seria impossível não me lembrar.

    E não faço questão de te esquecer. Porque, por mais que doa muito, saber que não foi para sempre, pelo menos, eu sei que alguém foi capaz de me amar muito e não me magoar como os outros. Mas eu já deveria saber disso, você nunca foi como os outros.

   Você pode não ter sido o meu primeiro amor, mas foi o único que valeu a pena amar. O único do qual eu vou ouvir o nome,  e sorrir sozinha ao lembrar de você. O único que foi embora mas, marcou a minha vida, o único, que de alguma forma ficou nela.

    Nós dois sabemos, que não foi perfeito, como nos filmes. Mas pensando bem, nunca fizemos questão de que fosse perfeito. Afinal de contas, se o amor fosse perfeito não teria graça amar.

    Hoje de manhã, eu estava arrumando o meu quarto, quando encontrei uma foto sua, dentro de um dos livros de poemas que você me deu. Ela estava maçada, e um pouco rasgada nas laterais, mas ainda era era você que estava nela.

    A saudade, me atingiu como uma bala. E doeu. Doeu muito. Doeu tanto que eu chorei. Pela primeira vez em dois anos, eu chorei por você. Pela falta que você faz. Pelos nossos sonhos. Pela saudade que ficou. Pela dor de te perder. Por nós dois, por você... Eu chorei por tudo isso.

   Mas doeu mais, saber que chorar por você, não te trará de vouta... Mas mesmo assim, eu continuei chorando, até os meus olhos doerem, e a sua foto ficar molhada pelas minhas lágrimas.

  Foi então que eu vi, atrás daquela foto amaçada pelo tempo...

O seu "Eu te amo", escrito a mão, com uma tinta pouco apagada, ficou marcado para sempre.

- Âmbar