Amor sem Fronteiras • EM ANDAMENTO •

• Capitulo 1 •

Era uma vez...

É assim que imaginamos o começo de uma linda história de amor e sempre
imaginei que o amor era de fato o sentimento mais lindo e puro que podíamos sentir. Acreditava em contos de fadas, príncipes encantados montados em seus cavalos brancos e que viveria feliz para sempre em um castelo no alto de uma colina. Mas tudo não passou de faz de conta, historinhas para boi dormir, ou seja, tudo invenção para vender livros e filmes e iludir garotinhas bobas. Mas a vida é um tanto quanto diferente e aprendi isso da pior forma possível.

Para que vocês possam entender o porquê de todo esse rancor, se é que posso chamar isso de rancor, vamos voltar a alguns anos atrás, aproximadamente uns 21 anos.

FlashBack

15 de março de 2000

Eu era feliz, só que aos sete anos não sabemos definir exatamente o que é felicidade, poderia estar feliz com um pacote de balas de iogurte ou apenas por um passeio de bicicleta na rua. Entretanto, posso julgar que naquele momento a felicidade habitava dentro do meu ser, profundo né?

Meus pais eram casados, vivíamos muito bem financeiramente, estudava em colégio particular e participava de todos os passeios inventados pela escola, afinal meus pais trabalhavam e caso não fosse, teria que ficar em casa com algum empregado, o que claramente não era uma opção para meus pais, então partiu conhecer todos os parques de Diversões.

Nossos finais de semana eram deverás divertidos, eles inventavam de ir para praias no litoral sul ou norte, passávamos o dia, levávamos lanche para fazer piquenique e no final passeávamos pelo centrinho das cidades para conhecer. Meu pai, era meu herói e melhor amigo. Minha mãe vivia trabalhando, o que dificultava um pouco a nossa aproximação, mas ainda assim a amava muito.

Certo dia estávamos sentados tomando café, minha mãe havia saído logo cedo para uma reunião com seu grupo para finalização do TCC, estava concluindo o último ano de Administração. Era um sábado, o dia estava lindo, íamos andar de bicicleta pelo calçadão da praia, nós estávamos esperando-a chegar para ir sair, mas as horas foram passando e nada da minha mãe retornar para casa, meu pai parecia extremamente nervoso, até que saímos de casa para procurá-la.

Não vou contar os detalhes, porque sinceramente eles não importam, mas resumindo descobri que meu pai sempre teve crises exageradas de ciúmes e qualquer passo em falso da minha mãe, era motivo para uma briga exagerada e fora de logica. E naquele dia não foi diferente, só que dessa vez estava presente e vi meus pais brigando como nunca, tudo passava muito rápido, quando me dei conta, minha mãe estava pegando nossas coisas e colocando dentro de uma mala, pouco tempo depois meus avôs apareceram e nos levaram embora com eles.

Sabe aquelas cenas de filmes que a gente olha para trás, sentada dentro do carro no banco traseiro e vê a pessoa correndo, desesperada? Pois bem, não foi o meu caso, porque o meu pai ficou parado, feito uma estátua e seu rosto não aparentava nenhum vestígio de tristeza, estava fechado, não demonstrou absolutamente nada.

Ninguém perguntou o que eu queria, não tive oportunidades para escolher se ficaria ou se iria, mas depois desse dia nossa relação nunca mais foi a mesma. Perdi meu melhor amigo e pai naquele dia.

Dias atuais

Eram seis da manhã quando meu despertador tocou, hoje era a palestra para anunciar as novas chapas do grêmio estudantil, e pela primeira vez na vida estava disposta a ser o centro das atenções e não porque gostava da popularidade, mas porque tudo na minha vida sempre foi decidido pelos outros e ali vi uma oportunidade de mudar, principalmente as coisas pelas quais acho que valem apena lutar. Então decidi criar a minha chapa, a algumas semanas atrás fui até a secretaria e realizei a inscrição, não sei o que foi pior não ter um "time" ou a cara da secretaria olhando para a minha cara com pena.